O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva foi autorizado, nesta sexta-feira (1), a sair temporariamente da
prisão, na Polícia Federal em Curitiba, para ir ao velório e enterro do neto.
Arthur Araújo Lula da Silva, 7, morreu nesta manhã, em decorrência de uma
meningite.
A autorização foi concedida com base na Lei de Execução Penal, que estabelece
a previsão de saída temporária de presos para velórios e enterros de
familiares, incluindo descendentes.
Ele seguirá para São Paulo em aeronave do governo do Paraná, cedida a
pedido da Polícia Federal, pelo governador Ratinho Júnior (PSD).
O velório será no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo
(SP). A cremação do corpo está prevista para as 12h deste sábado (2).
O cemitério é o mesmo onde foi cremada a ex-primeira-dama Marisa Letícia,
morta em fevereiro de 2017.
Ao contrário do que ocorreu no passado, quando outros pedidos semelhantes
do ex-presidente foram negados, os advogados de Lula se comprometeram a “não
divulgar qualquer informação relativa ao trajeto que será realizado”, e
disseram que irão informar o local da cerimônia de sepultamento “diretamente à
autoridade policial”.
A militância, desta vez, também decidiu não fazer atos em frente à Polícia
Federal –numa tentativa de “garantir todo o respeito e condições necessárias
para que, ainda hoje [sexta], Lula tenha o direito de se despedir do neto
querido”, segundo nota assinada pela Vigília Lula Livre.
Horas depois do pedido da defesa, o processo de execução penal de Lula,
conduzido pela juíza Carolina Lebbos, foi colocado em sigilo nível 4. Assim,
ele só pode ser visualizado pelo juiz e alguns servidores da vara.
No mês passado, a PF negou autorização para que o ex-presidente saísse da
prisão para ir ao enterro do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, sob o
argumento de falta de aeronaves e de risco à segurança de Lula e à ordem pública.
Arthur visitou o avô por duas vezes na sede da Polícia Federal, no ano
passado. Era filho de Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva,
filho do ex-presidente e da ex-primeira-dama Marisa Letícia.
A superintendência da PF em Curitiba está em regime de plantão até
quarta-feira (6), em função do feriado de Carnaval e de uma dedetização do
prédio agendada para esta sexta (1).
Arthur nasceu durante o tratamento de Lula contra um câncer de laringe, em
janeiro 2012. O ex-presidente a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017,
visitaram o recém-nascido na maternidade São Luiz, no Itaim Bibi (zona oeste da
capital paulista).
O petista, que na ocasião estava careca por causa da quimioterapia, posou
para fotos com o bebê no colo. As imagens foram divulgadas por sua assessoria.
Meses depois, em julho, Lula levou o menino para um ato com o então
prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), que disputaria a
reeleição. A Folha registrou o ex-presidente segurando Arthur no palanque ao lado
da então presidente Dilma Rousseff (PT).
O garoto foi o sexto neto de Lula. O avô também compareceu ao batizado
dele, em 2013, em uma igreja de Santo André.
O nome do menino voltou a aparecer no noticiário em 2016, quando foram
publicadas fotos de pedalinhos no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela
família do ex-presidente.
Imagens feitas pela TV Globo mostraram que os nomes de Arthur e Pedro,
ambos netos do petista, estavam estampados nas capas dos dois pedalinhos em
formato de cisne que ficavam no lago da propriedade.
No mês passado, Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão, pelos
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no processo que envolve o sítio.
A Justiça concluiu que reformas feitas no imóvel foram pagas pela
Odebrecht e pela OAS com dinheiro desviado de contratos da Petrobras. A defesa
do petista recorre da decisão.
Preso em Curitiba desde abril de 2018, após ser condenado no caso do
tríplex de Guarujá, o ex-presidente recebeu a visita de Arthur e dos pais dele
já na segunda semana de reclusão. (Via: Folhapress)
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