A Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) deve votar, nesta quarta-feira (4), a PEC da Reforma
da Previdência. O relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), apresenta a partir
das 9h a complementação de seu voto inicial, lido na reunião do dia 28. Foram
376 emendas com sugestões de mudanças até a manhã desta segunda-feira (2), das
quais mais de 200 estão sem parecer.
"Há o complemento de voto às 9h da manhã, abro para possíveis votos
em separado, teremos pelo menos um voto em separado. Vamos fixar um prazo para
a leitura desses votos e em seguida abrimos para a discussão, encerramos a
discussão e vamos para a votação. Provavelmente isso vai adentrar a tarde,
acredito que a gente não consegue fechar antes das 4h ou 5h da tarde uma
discussão como essa", detalhou a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS),
em entrevista na semana passada.
PEC paralela
A tendência do relator é manter o texto como veio da Câmara, apenas com
algumas supressões de dispositivos como o do Benefício da Prestação Continuada
(BPC), alteração que não resulta em nova análise da PEC pelos deputados. As
mudanças que Tasso considerou mais relevantes foram apresentadas em uma minuta
de nova PEC, para tramitar em paralelo com o texto principal.
Nessa PEC Paralela, que ainda depende de 27 apoios de senadores para
iniciar o andamento legislativo, estão mudanças como a inclusão dos estados e
municípios na reforma; a garantia de que a pensão por morte nunca seja inferior
a um salário mínimo, e que o percentual acrescido à pensão, por dependentes
menores de idade, saia dos atuais 10% para 20%.
No texto que tramitará em separado também estão previstas novas fontes de
custeio para a seguridade social, com a cobrança gradual de contribuições
previdenciárias das entidades educacionais ou de saúde enquadradas como
filantrópicas, mas com capacidade financeira, excluídas as Santas Casas de
Misericórdia.
Também haverá cobrança de contribuições previdenciárias do agronegócio
exportador e do Simples (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), para o
financiamento de benefícios concedidos em decorrência de acidente de trabalho
ou exposição a agentes nocivos. As novas tributações serão feitas de forma
gradual e progressiva, ao longo de cinco anos.
Outras sugestões de mudança, por meio de emendas, podem ser incluídas
nesse texto. A intenção de Tasso é não atrasar a votação do texto principal da
PEC 6/2019, para que seja votada e promulgada rapidamente.
Calendário
A previsão é de conclusão da votação na CCJ na quarta-feira, com o texto
seguindo para análise em Plenário na sequência. A PEC é votada em dois turnos,
com cinco sessões de discussão num primeiro momento, e três no segundo.
"Começa a contar o prazo a partir de quinta-feira (5), a
primeira sessão de discussão e votação no Plenário. A segunda discussão e
votação será na terça (10), já com audiência pública deliberada pela
Mesa", explicou Simone, referindo-se à sessão temática agendada no
Plenário.
A expectativa é que o calendário esboçado por Simone, que estima a
conclusão da votação entre o fim de setembro e o início de outubro, seja
seguido rigorosamente.
"Por enquanto está dentro do calendário", informou.
A reunião da CCJ ocorrerá na sala 3 da ala senador Alexandre Costa.
Blog: O Povo com a Notícia
Via: Agência Senado