O ex-ministro da Justiça e
Segurança Pública Sergio Moro acredita que o presidente da República, Jair
Bolsonaro (sem partido) ainda tem condições de "corrigir o rumo" do
governo se evitar declarações polêmicas e focar numa retomada econômica e no
combate à pandemia no novo coronavírus.
"Deve haver acerto de rumos, o Brasil precisa evitar declarações
polêmias, não podemos ficar discutindo coisas da guerra fria como o comunismo,
outros falam em fascismo, mas não tem nada disso. Vamos ter um baque econômico,
estamos em meio à pandemia, temos problemas circunstanciais, além da agenda do
Século XX que não resolvemos, como educação de qualidade para todos, reduzir a
desigualdade e uma série de problemas que precisamos focar. É fácil
mudar isso no governo federal, evitando declarações de instabilidade",
explicou Moro em entrevista à Rádio Jornal, nesta
quarta-feira (24).
Durante a entrevista, Moro foi
questionado sobre a investigação no Tribunal de Contas da União (TCU), que
analisa se ele pode trabalhar como colunista durante o período em que está de
quarentena e recebendo pagamentos do governo. Para o ex-ministro, as pessoas
gostam de fazer polêmica e não há nenhuma irregularidade em ter estreado como
colunista na revista Crusoé.
"Ao meu ver é mais espuma que qualquer outra coisa. Foi autorizada
pela comissão de ética da Presidência. Depois disso pretendo prestar
consultoria, não enriqueci como ministro, nem como juiz. Tinha recebido convite
para escrever e tive autorização, então não tem violação para o que o TCU pediu
esclarecimento. É porque o pessoal gosta de fazer polêmica", disse.
Fora do governo, Moro também enfrenta resistência de um grupo de
advogados e intelectuais do Judiciário, entre eles o ex-ministro da
Justiça José Eduardo Cardozo, que são contrários a carreira do ex-juiz, por ter
"tentado contra todas as prerrogativas" durante seu período como juiz
da Lava Jato em Curitiba. "A Lava Jato foi uma grande operação,
pessoas que se achavam imunes foram levadas à Corte, foram julgadas e
condenadas, [Eduardo Cunha], Luiz Inácio, empresários. Foi difícil, mas todos
tiveram o direito à defesa preservado, as pessoas sabiam do que estavam sendo
acusadas. O que mais tem é reclamação sem substância de pessoas que querem usar
isso politicamente", disse Sergio Moro. (Via: Jc Online)
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