Um documento foi assinado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a AstraZeneca, que dará base para o acordo entre os laboratórios sobre a transferência de tecnologia e produção de 100 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus, se for comprovada sua eficácia e segurança. O alinhamento é o passo seguinte às negociações realizadas pelo governo federal, a Embaixada Britânica e o laboratório AstraZeneca.
A assinatura deste acordo é mais
uma etapa decisiva para a produção de uma vacina contra a covid-19 no País, contribuindo para a soberania
nacional ao garantir ao Brasil competência tecnológica e fortalecimento do SUS
no combate à pandemia.
De acordo com o Ministério da Saúde, está previsto um investimento de R$
522,1 milhões na estrutura da Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de
imunobiológicos. O objetivo é ampliar a capacidade nacional de produção de
vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população. Outros R$ 1,3
bilhão são despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de Encomenda
Tecnológica. Os valores contemplam a finalização da vacina.
Segundo a diretora da Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Camile
Giaretta, este foi um passo de extrema importância no que se refere ao acordo.
“Demos mais um passo importante para a formalização do acordo entre os
laboratórios. Essa ação do Governo Federal significa um avanço para o
desenvolvimento de tecnologia nacional e de proteção da população brasileira”,
disse.
O Memorando de Entendimento que define os parâmetros econômicos e
tecnológicos para a produção da vacina contra a covid,
desenvolvida pela Universidade de Oxford já está em fase de
estudos clínicos no Brasil e em outros países. O acordo prevê o início da
produção da vacina no Brasil a partir de dezembro deste ano e garante total
domínio tecnológico para que Bio-Manguinhos tenha condições de produzir a
vacina de forma independente.
O acordo firmado entre Fiocruz e AstraZeneca é resultado da cooperação
entre o governo brasileiro e governo britânico, anunciado em 27 de junho pelo
Ministério da Saúde. O próximo passo será a assinatura de um acordo de
encomenda tecnológica, previsto para a segunda semana de agosto, que garante
acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de
doses entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros
trimestres de 2021.
A Fiocruz recebeu informações técnicas fornecidas pela AstraZeneca
necessárias para a definição dos principais equipamentos para o início da
produção industrial. Com sua larga experiência em produção de vacinas, a
instituição também colocará à disposição sua capacidade técnica a serviço dos
esforços mundiais para a aceleração do escalonamento industrial da vacina junto
a outros parceiros.
Ao mesmo tempo, a Fiocruz constituiu um comitê de acompanhamento
técnico-científico das iniciativas associadas às vacinas para o coronavírus. O
comitê é coordenado pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da
Fiocruz, Marco Krieger, e tem a participação de especialistas da Fiocruz e de
instituições como USP, UFRJ e UFG.
A vacina produzida por Bio-Manguinhos será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que atende o Sistema Único de Saúde (SUS). O acordo com a AstraZeneca permitirá, além da incorporação tecnológica desta vacina, o domínio de uma plataforma para desenvolvimento de vacinas para prevenção de outras enfermidades, como a malária. (Via: Jc Online)
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