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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

João Campos crava rompimento com PT. No radar, implicações nacionais

“Não terá nenhuma indicação política do PT no meu governo”. A declaração do prefeiturável João Campos foi feita ontem, em entrevista à CBN Recife. O candidato do PSB definiu a decisão assim: “É um compromisso que eu disse ao povo do Recife e vou cumprir integralmente”.

O aviso parece ser o fim da linha para a dubiedade na relação PT/PSB que foi possível ser mantida até este 2º turno. Em reserva, fontes socialistas revelam que, dois dia após totalização das urnas no 1º turno, já havia integrante da campanha defendendo que petistas fossem desligados em definitivo da administração estadual.

O movimento tinha o objetivo de conquistar o voto anti-PT, passando, assim, uma risca nessa relação. No Governo do Estado, o PT tem em sua cota a Secretaria de Agricultura, o Iterpe, EPTI e o IPA. Por que o PSB optou por não romper esse laço, uma vez que se partiria para um enfrentamento duro com o PT? João Campos devolve: “Isso é uma incoerência que tem que ser perguntada ao PT e não a mim”.

Ao fazer referência ao caso de João da Costa, citado por ele, no debate da TV Jornal, como aliado de Marília Arraes, uma vez que o ex-prefeito declarou apoio recentemente à petista, João Campos criticou: “João da Costa foi o último prefeito do PT na cidade do Recife e é um exemplo de como o PT administra a cidade”. E completou: “Se você quiser comparar a gestão João da Costa com a de Geraldo Julio, vamos comparar e ver quem é melhor gestor”.

João da Costa, à frente da PCR, teve como vice Milton Coelho, que, à época, presidia o PSB no Estado e, hoje, é chefe de Gabinete de Paulo Câmara. Hoje, a esposa de João da Costa, Marília Bezerra, comanda a EPTI. Sobre esses vínculos, João Campos assinala: “Quem tem a hegemonia de tomar a decisão, ou é o prefeito ou o governador, é quem está na liderança do processo”.

A posição mais dura de João causou estranheza em petistas. O tema chegou ao conhecimento da direção nacional do PT e pode sacramentar um distanciamento que já vinha se desenhando nacionalmente, via movimentos do PSB, PCdoB e PDT, feitos já na eleição municipal. Nacionalmente, então, rumo a 2022, esse bloco tende a seguir numa rota paralela ao PT. (Via: Folha Política)

Blog: O Povo com a Notícia