Socialite.activate (elemento, 'Widget');

Páginas

sábado, 28 de novembro de 2020

No Recife, debate entre João Campos e Marília Arraes tem ataques, religião e poucas propostas

Na reta final de uma das eleições mais acirradas da história do Recife, os deputados federais e primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), bisneto e neta do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, respectivamente, protagonizaram um debate com poucas propostas, muitos ataques e confrontos sobre questões religiosas.

No primeiro bloco, Marília perguntou a Campos sobre as sete operações da Polícia Federal na Prefeitura do Recife, comandada por Geraldo Julio (PSB), que investigam desvios de recursos públicos destinados ao combate da pandemia.

“Marília insiste em fazer discurso de ódio. O candidato é João Campos. Vamos comparar, sim, o PSB com o PT. Aqui eu proponho comparar as gestões de João da Costa com Geraldo Julio, comparar os nossos mandatos, as nossas vidas públicas. Enquanto você é acusada de ter funcionário fantasma, fiz seleção pública para meu gabinete”, disse Campos.

O candidato do PSB declarou que não existe gestor do seu partido condenado por corrupção. “Em relação ao PT, não cabe nos dedos das duas mãos quantos gestores presos têm no Brasil”, disse o pessebista.

Na réplica, Marília disse que a corrupção estava bem perto da porta de Campos. “A corrupção está bem pertinho da sua porta. O diretor financeiro da Secretaria de Saúde é seu amigo pessoal. Não sou eu que tenho bens bloqueados pela Justiça. Você sabe muito bem quem é.”

Durante o debate, Campos insistiu que Marília precisava se explicar sobre a investigação de improbidade administrativa no Ministério Público de Pernambuco.

Ela respondeu que já foi absolvida. Em 2017, à frente da Decasp (Delegacia de Crimes Contra Administração e Serviços Públicos), a delegada Patrícia Domingos (Podemos), que ficou em quarto lugar nestas eleições, investigou a petista e a indiciou sob suspeita do crime de peculato.

A pedido do Ministério Público, a Justiça arquivou o inquérito por falta de provas. Na instância cível, a respeito do mesmo fato, houve desdobramento para apurar a improbidade administrativa. Desde 2019 parado, o juízo expediu citação, nesta terça-feira (24), para que Marília fosse notificada.

Campos investiu no antipetismo. Criticou duramente as gestões do PT no Recife. Declarou que, na época em que o partido governava a capital pernambucana, a cidade estava abandonada, com lixo por todos os cantos.

Na réplica, Marília lembrou que, quando o PT comandava a cidade, ela não era da sigla. Disse ainda que o PSB integrou as três gestões petistas, incluindo a vice do ex-prefeito João da Costa (PT).

Lembrou também que o PT ocupa o primeiro escalão do governo Paulo Câmara (PSB), aliado de João Campos. Até outubro, o partido comandava a Secretaria de Saneamento do prefeito Geraldo Julio, que também apoia Campos.

A candidata petista acusou o primo de espalhar cartazes apócrifos pela cidade. Ele pediu direito de resposta, mas não foi concedido. A Justiça Eleitoral foi acionada, mas ainda não identificou o autor.

Campos disse que a candidatura de Marília foi gestada pelo diretório do PT em São Paulo e falou em “figurões do partido”.

“Eu não sou comandada e nunca me colocaram cabresto. Ao contrário de João Campos, que todo mundo sabe que não tem nem experiência para comandar uma cidade”, afirmou.

Boa parte do confronto entre os dois foi dominada pelo tema religioso. Marília disse que o PSB atacou a sua fé ao mencionar que ela era contra a Bíblia. (Por João Valadares/Folha de S.Paulo)

Blog: O Povo com a Notícia