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domingo, 28 de março de 2021

Vacinas contra Covid-19 têm apresentado efeitos positivos surpreendentes e podem frear transmissão

Além de impedir o desenvolvimento da forma grave da Covid-19, as vacinas têm apresentado outros efeitos positivos, após quatro meses do início da aplicação. Um deles é a capacidade dos imunizantes de controlar a transmissão do vírus.

Estudos começam a mostrar as primeiras evidências de que a vacina Oxford/AstraZeneca, por exemplo, é capaz de frear essa transmissão. Atualmente, há 13 imunizantes aprovados e 83 em fase de testes clínicos. E esses números tendem a continuar subindo, de acordo com os especialistas.

Com a vacinação em massa em lugares como Reino Unido e Israel, os especialistas avaliam que será possível observar uma queda nas ocorrências inclusive entre não vacinados. “A parte da população imunizada acaba beneficiando aquela que ainda espera pelas doses”, afirmou o infectologista Renato Kfouri

Direcionamentos da OMS
Como foram produzidos em uma situação atípica, o desenvolvimento dos imunizantes contra Covid-19 levou em conta diretrizes específicas da Organização Mundial da Saúde (OMS), a exemplo de que seria aceitável um tempo de proteção de seis meses contra a doença, quando preferencialmente seria de um ano.

“Não daria para estender o período de observação para exigir um prazo maior”, explicou a microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência. Da mesma forma, estabeleceu-se como satisfatória a taxa de eficácia de 50% contra a doença e seus agravamentos (vale destacar que nenhuma vacina para diferentes doenças é 100% eficaz, e em geral taxas acima de 60 e 70% são consideradas boas). 

Efeitos esterilizantes
Bloquear totalmente o contágio e as infecções, com a chamada imunidade esterilizante, é a ambição de quem trabalha com imunização. “Essa é a vacina dos sonhos, que impede que se passe a doença adiante”, disse Pasternak.

Mas é possível esperar esse efeito nos produtos já em uso contra a Covid-19? De acordo com Renato Kfouri, ainda faltam evidências. “Mas com as vacinas atuais, como a da Pfizer e da Moderna, que têm em torno de 95% de eficácia, a disseminação diminui de maneira muito significativa”, explicou.

Blog: O Povo com a Notícia