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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Guedes fala em privatização de Petrobras e BB e diz sobre Mercosul: 'Incomodados que se retirem'

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender nesta segunda-feira a privatização de estatais como Banco do Brasil e Petrobras num horizonte de dez anos. Ele também afirmou que o Mercosul passa por um momento de transformação e sugeriu que, se a Argentina estiver insatisfeita, pode se retirar da área de livre comércio.

O Brasil, que atualmente ocupa a presidência do bloco, defende a redução da tarifa externa comum (TEC), ponto que é rechaçado pelos argentinos. Questionado também sobre seus planos para o país em dez anos, Guedes falou sobre intensificar a agenda de privatização, acenando com a venda da Petrobras e Banco do Brasil.

A avaliação do ministro é de que a Argentina vive um momento delicado, mas Brasil, Uruguai e Paraguai querem dar um passo a frente. Para isso, espera que a Argentina some uma “unanimidade” no consenso, ainda que tenha alguma diferença no tratamento de uma nova regra.

"O Mercosul vai se modernizar e quem estiver incomodado que se retire", afirmou durante evento virtual nesta segunda-feira. Segundo Guedes, o Mercosul travou o avanço de Brasil e Argentina, que se tornaram “prisioneiros” de uma plataforma que perdeu efetividade e que precisa ser modernizada.

"A nossa posição é de avançar. Nós não vamos sair do Mercosul, mas nós não aceitaremos o Mercosul como ferramenta de ideologia. O Mercosul tem uma proposta muito clara: ele tem que nos permitir, ele é uma plataforma de integração na economia global", afirmou Guedes.

O ministro acrescentou: "Se ele não entregar esse serviço, nós vamos modernizar e os incomodados que se retirem. Um dia a Argentina falou isso para os outros: ‘olha o Mercosul é como é e quem não quiser que se retire’. Vamos devolver isso para a Argentina". disse.

Procurada, a Embaixada da Argentina em Brasília preferiu não comentar as declarações de Guedes.

O ministro também falou sobre seu plano para o Brasil em dez anos, que inclui o avanço na agenda de privatizações, incluindo gigantes como a Petrobras e Banco do Brasil, e mudanças estruturais que possam impulsionar um ritmo de crescimento mais forte.

"Qual plano para os próximos dez anos? Continuar com as privatizações, Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendida e sendo transformada em dividendos sociais", afirmou, fazendo menção ao plano de uso do Fundo Brasil, que abarcaria recursos obtidos com as vendas das estatais para ser repassado aos mais pobres.

Ele ainda ponderou que as privatizações não aconteceram no ritmo esperado, mas destacou o volume de R$ 240 bilhões em dois anos e meio com subsidiárias e afirmou que “as grandes” virão agora, fazendo menção à Eletrobras e aos Correios.

Mais cedo, durante evento da Caixa Econômica, Guedes criticou o Senado por não ter aprovado a medida provisória (MP) 1.045, originalmente criada para recriar programas como redução de jornada na pandemia, que foi acrescida de uma série de mudanças trabalhistas.

A MP também recebeu dois programas de bolsas do governo, para jovens e idosos, que poderiam trabalhar em governos e empresas ganhando metade de um salário mínimo por meio período, com o objetivo de criar meios para estes grupos entrar no mercado de trabalho, mas os projetos, que segundo o governo poderia criar dois milhões de ocupações temporárias, as os projetos caíram junto com a MP.

Após as críticas, o ministro da Economia pediu ao Congresso para aprovar as propostas que vão permitir ao governo turbinar o Bolsa Família, substituindo o programa pelo Auxílio Brasil.

Para isso, o ministro citou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permitirá o parcelamento dos precatórios – dívidas contra a União reconhecidas pela Justiça, com a aval do Conselho Nacional de Justiça e a reforma do Imposto de Renda, que prevê a taxação de lucros de dividendos.

"Nós precisamos do Congresso e nós precisamos, posteriormente, de uma interpretação do Supremo Tribunal Federal, com quem temos conversado. A PEC dos precatórios abre espaço fiscal e o imposto de renda é a fonte de recursos para o reforço do Auxílio Brasil, dentro do teto", disse Guedes, acrescentando:

"Não faltarão os recursos para os vulneráveis, para reforçarmos o auxílio emergencial, mas também dentro do compromisso de responsabilidade fiscal. O Auxílio Brasil dentro do teto, com responsabilidade fiscal exige esse apoio do Congresso, a PEC dos precatórios e um lado e a reforma do Imposto de Renda, pelo outro lado", comentou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, antecipou que o resultado do mercado formal de trabalho de agosto virá positivo. Os dados ainda serão anunciados pelo ministro do Emprego e Previdência, Onyx Lorenzoni nesta semana.

Segundo Guedes, o Brasil está gerando entre 200 mil e 300 mil todo mês e vai superar a marca de três milhões, desde o início da pandemia do novo coronavírus. (Via: Agência Brasil)

Blog: O Povo com a Notícia