A prefeitura de Olinda anunciou nesta quarta-feira (5) o cancelamento do carnaval de rua em 2022 pelo segundo ano consecutivo e prometeu auxílio financeiro para quem depende da festa.
Em
coletiva de imprensa realizada na sede do poder executivo, a gestão afirmou que
o motivo é evitar a disseminação da Covid-19, levando em conta, também, a alta
nos casos de influenza.
De
acordo com o prefeito da cidade, Professor Lupércio (Solidariedade), a
decisão foi construída ao longo do tempo. Ele disse, ainda, que a prioridade é
a saúde dos moradores e turistas.
“Sem soberba da nossa parte, o
carnaval de Olinda é conhecido mundialmente, que gera empregos
diretos e indiretos. Um carnaval, mesmo descentralizado, em que circulam mais
de 4 milhões de pessoas”, afirmou.
A epidemia de
Influenza em Pernambuco associada à pandemia de Covid-19 tem causado saturação da rede de saúde do estado, com pessoas enfrentando fila para conseguir atendimento médico e
pacientes aguardando leitos. Além de Olinda, Jaboatão dos Guararapes também anunciou que não vai ter festa em áreas públicas neste ano.
Segundo Suzana
Ribeiro, secretária de Saúde do município, existe uma preocupação com as novas
variantes do coronavírus, como a ômicron.
“Não dá pra
fazer um carnaval quando a gente fala de responsabilidade e empatia por essas
mil vidas que foram perdidas”, afirmou, referindo-se aos 1.034 óbitos
contabilizados na cidade.
Para auxiliar os profissionais
que atuam no carnaval, a prefeitura afirmou que vai criar linhas de
investimento para profissionais que atuam no carnaval. São R$ 3 milhões em dois
eixos, sendo o primeiro chamado de Auxílio do Carnaval, e o segundo, de
Circuito Cultural: Fomento à Cultura.
O primeiro é
voltado para quem atua na cultura popular e tradicional do município, além dos
ambulantes que atuam no carnaval. De acordo com a Secretaria de Cultura, o
auxílio deve seguir os moldes do que foi concedido em 2021, mas detalhes ainda estão sendo
definidos. A novidade é que ambulantes cadastrados na prefeitura também devem
ser beneficiados.
Em 2021,
artistas, agremiações e grupos receberam 35% do cachê pago no carnaval de 2020.
O limite estabelecido foi de R$ 10 mil. Catadores cadastrados em cooperativas
de reciclagem receberam R$ 250. A previsão é de que esses pontos sejam
mantidos.
O outro eixo
foi criado para incentivar a realização de festivais municipais, com um edital
para concepção e execução de festivais multiculturais.
Entre os
festivais municipais citados estão o Festival da Cerveja Artesanal, Festival da
Tapioca e Festival Olinda Dá
Gosto, entre outros. A seleção deverá ser feita por pareceristas de público e
notório saber e pessoas com conhecimento nas áreas culturais. Ainda não há
informações sobre o processo seletivo e os prazos.
“O carnaval é
a apoteose de um trabalho, da nossa história, da tradição da nossa cidade. A
partir disso, montamos um planejamento para contemplarmos a cadeia produtiva e
trazer ela para junto de nós, para que a gente de apoio financeiro e para
manutenção da nossa cultura e da nossa história”, declarou o prefeito.
Professor
Lupércio afirmou, ainda, que a definição sobre festas privadas deverá ficar a
cargo do governo do estado. Atualmente as festas podem reunir até 7,5 mil
pessoas ou 80% da capacidade do local em que forem realizadas, o que for menor.
“Estaremos
baseados no governo do estado, conforme o decreto do governo do estado, tanto é
que nós já estamos fazendo essa trabalho, alinhado com ele. Vamos aguardar como
isso vai ficar para também para a gente colocar ou não aqui em Olinda”, disse o
prefeito.
Folia
no estado
Até a última atualização desta reportagem, não havia uma definição do
governo estadual sobre o carnaval. Agremiações como o Homem da Meia-Noite, Pitombeira dos Quatro Cantos e Eu Acho É Pouco já anunciaram que não vão desfilar
pelas ruas deste ano.
A proibição do
carnaval foi recomendada pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste,
que reúne os nove estados da região. A decisão levou em conta principalmente o
risco de contaminação pela variante ômicron do coronavírus.
Em dezembro, o
secretário de Turismo e Lazer do estado, Rodrigo Novaes, afirmou que era
estudada a possibilidade de trocar a realização do carnaval de rua em 2022 por
desfiles e apresentações de blocos carnavalescos em espaços fechados como
estádios, clubes e parques de exposição.
Qualquer
decisão deve passar pelo Comitê de Acompanhamento à Covid-19, chefiado pela
Secretaria Estadual de Saúde (SES). Até então, em Pernambuco, são autorizados eventos fechados com até 7,5 mil pessoas, com 100% do
público vacinado. (Via: G1 PE)
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