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sábado, 30 de abril de 2022

Lula repercute decisão da ONU: “mostrou a pouca vergonha que foi feita contra mim”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o reconhecimento da ONU de que ele foi vítima de julgamento parcial e teve direitos políticos e civis desrespeitados confirma que as acusações contra ele eram mentiras para levá-lo à prisão e impedir a candidatura em 2018.

“A decisão da ONU mostrou a falácia contra mim, a decisão de não me deixar ser candidato, a decisão de me prender. A ONU deu um chute nisso e mostrou a pouca vergonha que foi feita para evitar que eu fosse presidente da República em 2018”, afirmou em entrevista ao vivo à Rádio Jornal, de Pernambuco, na última sexta (29).

Lula disse que seus acusadores induziram a imprensa brasileira a acreditar em mentiras e defendeu que em 2022 as eleições sejam democráticas, diferentemente do que aconteceu há quatro anos.

“Eu agora não tenho que provar mais nada. Quem tem que provar é quem foi mentiroso e me acusou. Esse pessoal que me acusou induziu a imprensa brasileira a acreditar nas mentiras do Moro, nas mentiras do Dallagnol. Eu estou muito tranquilo. Quem tem que me pedir desculpas é quem me acusou falsamente, é quem mentiu a meu respeito, é quem foi leviano comigo”.

A ONU anunciou ontem que seu Comitê de Direitos Humanos reconheceu que o ex-presidente sofreu violações grosseiras nas ações da Lava Jato, com julgamento parcial e incompatível com os padrões nacionais e internacionais do direito.

O organismo internacional acolheu fundamentos de comunicado dos advogados do ex-presidente e reconheceu que as ações do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) para tentar incriminá-lo violaram os artigos 9, 14, 17 e 25 do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, que tratam do direito de todo e qualquer cidadão a um julgamento justo e imparcial, à privacidade e a ter os direitos políticos respeitados.

A ONU determinou que o governo brasileiro dê publicidade à decisão e adote medidas para reparar os danos causados e para evitar que episódios voltem a acontecer contra o ex-presidente e contra qualquer outro cidadão brasileiro. O governo brasileiro tem 180 dias para responder ao organismo internacional que medidas adotará para cumprir a decisão.

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