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domingo, 30 de outubro de 2022

Policiais faziam escolta de Thiago Brennand, empresário investigado por estupros

O empresário Thiago Brennand tinha como prática contratar policiais e ex-policiais para acompanhá-lo. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo que ouviu u policial e ex-funcionário sob condição de anonimato.

Segundo a fonte, Brennand os solicitava para serem seus “ajudantes de ordem”, uma espécie de secretário de luxo. De acordo com o agente, ele não prestava serviço de segurança particular, mas ocasionalmente andava armado.

“Junto comigo entraram outros policiais para esse serviço. Ele não gostava de segurança, sempre foi muito arrogante”, revela. Segundo o homem, ajudante de ordem é um secretário que fica o dia todo, presencialmente, com a pessoa. Anota compromisso e paga conta.

Pelo regulamento das polícias, agentes na ativa não podem fazer “bicos” de segurança particular na folga. Depois que a ligação de Brennand com policiais veio a público, a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Civil abriram procedimentos para investigar o caso.

Pelo menos duas vítimas afirmam que policiais e ex-policiais faziam a segurança do empresário. A estudante de medicina Stefanie Cohen, de 30 anos, o acusa de tê-la estuprado e forçado a fazer sexo anal depois de ser dopada e levada para um hotel.

“No dia seguinte, acordei sozinha no quarto. Quando abri a porta, tinha um segurança com a arma na cintura”, conta. Segundo o jornal, o “funcionário” é o ex-policial militar de Pernambuco, Nahilson Antonio de Oliveira, excluído da corporação em 2017.

Outra vítima de estupro de Brennand é uma empresária, de 37 anos, que mora nos Estados Unidos. O caso ocorreu em agosto do ano passado em Porto Feliz, mesmo local para onde Brennand pretendia levar Stefanie.

Segundo o relato da vítima registrado no processo, depois de uma briga, o empresário disse que havia câmeras escondidas no quarto e que os vídeos da relação sexual entre os dois seriam enviados para todos os conhecidos da mulher, caso ela fosse embora.

De acordo com a vítima, foi um segurança de Brennand, identificado como policial militar, quem a ajudou a ir embora. No relatório final da polícia, ele informou que foi “assessor administrativo” do acusado por cerca de sete anos.

À polícia, Brennand negou todos os crimes. Sua defesa afirma não ter nada a declarar. O ex-policial Nahilson Oliveira não quis comentar a acusação.

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