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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Moda? Advogado é repreendido após afirmar que "está na moda" denúncias de crimes sexuais

A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Goiás (OAB-GO) apura a conduta de um advogado que disse que "está na moda fazer denúncia por crimes sexuais" durante a audiência de custódia de um cliente que foi preso por passar a mão em partes íntimas de funcionárias, em Anápolis, a 55km de Goiânia.

Segundo o portal g1, a equipe de reportagem tentou ligar para o celular do advogado nesta quinta-feira (26) para pedir uma nota de defesa sobre o caso, mas as ligações não foram atendidas.

O nome do empresário não foi divulgado pela polícia. Ele passou por audiência de custódia no dia seguinte, e a juíza Lígia Nunes de Paula manteve a prisão, além de repreender a fala do advogado.

"Diferente do colocado pela defesa, não está na "moda" a denúncia por crimes sexuais, até mesmo porque se trata de uma situação extremamente vexatória para a vítima", salientou a juiza, no termo da audiência.

O processo está em segredo de justiça na 2ª Vara Criminal de Anápolis. A presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-GO, Ludmila Torres, explicou que todos os procedimentos desta natureza são sigilosos e, por isso, não serão divulgados futuramente.

A advogada explicou ainda que o sigilo do processo garante a não antecipação de julgamento ou influência na imparcialidade exigida para análise da conduta profissional.

A Comissão da Mulher Advogada, também membro da Ordem, reitera que dentre suas principais bandeiras está o combate ao assédio sexual e moral, com iniciativas que visam diminuir os casos de omissão e impulsionando uma atenção conjunta de todos e todas no enfretamento à violência contra as mulheres.

Um canal para receber, exclusivamente, denúncias sobre casos de assédio moral e sexual na advocacia é mantido e pode ser acessado através do endereço: https://advsemassedio.org.br.

Importunação sexual contra funcionárias
O comerciante representado pelo advogado foi preso suspeito de passar a mão em partes íntimas de funcionárias do comércio que é dono. A delegada Isabella Joy explicou que quatro funcionárias denunciaram terem sofrido importunações durante o período em que trabalharam no estabelecimento.

"Elas contam que ele passava a mão nelas, tentava dar encoxadas nas vítimas e sempre dizia que eram brincadeiras", detalhou a delegada.

A polícia ainda afirmou que o homem era agressivo com as funcionárias e que chegou a queimar o braço de uma delas com uma forma quente. Segundo a delegada, devido as situações as quais eram submetidas, as funcionárias não permaneciam muito tempo no local, trabalhando poucos meses e depois se demitindo.

As denúncias foram feitas na Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis no início do ano e, após o início das investigações, foi realizada a prisão do suspeito.

Segundo a delegada, o empresário afirmou à polícia de que suas atitudes "não tinham nada de sexual".

"Ele diz que quando encostava era sem querer. Fala que o local era pequeno e que não tinha como passar sem encostar. Disse que elas querem vingança", detalhou a delegada.

A delegada ressalta que o homem também é alvo de investigação por estupro de vulnerável contra uma menina de 13 anos, inquérito que corre sob sigilo na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis. (Via: Pixabay)

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