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segunda-feira, 25 de março de 2024

Amigo de Ronnie Lessa que soube de plano antes da execução foi morto um mês depois de Marielle

O ex-policial militar Ronnie Lessa, autor da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, contou em sua delação premiada que pesquisou locais para cometer o crime, no Rio de Janeiro, enquanto bebia uísque com um amigo, o advogado André Luiz Fernandes Maia.

Lessa afirmou aos investigadores que, naquela ocasião, estava "obcecado em encontrar uma alternativa viável" para a execução e, por isso, passou a estudar o endereço da Rua do Bispo, no Rio Comprido, "com afinco", enquanto estava na companhia do criminalista.

"Instado a se manifestar acerca do porquê ter pesquisado tal parâmetro [Rua do Bispo, 227] junto ao Google Maps, sendo certo que já tinha realizado o levantamento in loco da região, RONNIE asseverou que naquele dia 12 estava na companhia de seu amigo ANDRÉ LUIZ FERNANDES MAIA, vulgo DOUTOR PIROCA, tomando uísque e, obcecado para encontrar uma alternativa viável para a execução, passou a estudar o endereço da Rua do Bispo com afinco", afirma um dos documentos da investigação com referência às informações prestadas pelo ex-PM.

A pesquisa, feita no Google Maps, não foi útil para os executores do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Os criminosos que mataram a vereadora e seu motorista escolheram outra rota para chegar ao local do crime.

Marielle e Anderson foram mortos a tiros na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, na noite de 14 de março de 2018. Quase um mês depois, em 12 de abril do mesmo ano, o advogado André Luiz Fernandes Maia foi assassinado a tiros no Anil, na Zona Oeste do Rio.

André Luiz Fernandes Maia saía de casa, na Rua Otávio Malta, quando foi rendido por dois homens numa moto. Os criminosos atiraram cerca de dez vezes contra a vítima. Parte dos disparos atingiu André no peito. Segundo os PMs do batalhão de Jacarepaguá disseram na ocasião, não houve anúncio de assalto por parte dos bandidos. Após atirarem, os criminosos fugiram. Na época, a Polícia Civil do Rio abriu uma investigação e passou a investigar a participação da milícia na morte.

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