Ato
interrompeu o tráfego na Avenida Conde da Boa Vista, no sentido cidade
(Foto:
Marina Meireles/G1)
Esposas
de policiais e bombeiros militares de Pernambuco fazem, nesta terça-feira (3),
um ato para reivindicar os direitos dos trabalhadores dentro dos batalhões.
Após se concentrar na Praça do Derby, no centro do Recife, desde às 14h, o
grupo saiu em caminhada rumo ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo
estadual, por volta das 16h. De acordo com a organização do evento, 3 mil
pessoas participam da chamada Marcha da Família.
A passeata causou retenções no trânsito na Avenida
Carlos de Lima Cavalcanti e, na Avenida Conde da Boa Vista, interrompeu o
trafégo no sentido cidade. No trecho, orientadores da Companhia de Trânsito e
Transporte Urbano do Recife (CTTU) auxiliaram motoristas e motociclistas. Por
volta das 17h30, quando o grupo chegou à Ponte Duarte Coelho, motoristas de
ônibus desligaram os motores e passageiros desceram dos coletivos devido ao
protesto.
De acordo com uma das organizadoras do ato, Jane
Leite, a caminhada é uma forma de protestar contra abusos que acontecem na
Polícia Militar. "Os policiais são, muitas vezes, humilhados durante o
trabalho e chegam em casa com essa carga de nervosismo. Essa violência que
acontece nos quartéis gera mais violência ainda no ambiente doméstico",
reclama.
Ainda segundo Jane Leite, a realocação de alguns
dos profissionais da PM para batalhões em outras cidades também é um dos
motivos da manifestação. "Isso desestrutura totalmente a família",
reclama. A representante do grupo ainda fez queixas sobre o uso de munições e
coletes vencidos pelos militares.
Durante
a caminhada, algumas das mulheres citaram casos de violência contra os maridos,
pais e demais familiares que participam das tropas. "Muitos dos nossos
filhos ficam órfãos e muitas de nós ficamos viúvas, e o governo não pensa
nesses trabalhadores", frisou uma das integrantes da caminhada. O grupo
também criticou o governador Paulo Câmara e pediu a saída do governo estadual.
Presente no evento, o presidente da Associação
Pernambucana de Cabos e Soldados Militares (ACS-PE), Albérisson Carlos,
reforçou a manutenção
da Operação Padrão, deflagrada desde 7 de dezembro. "O governo está intransigente nas
negociações. Amanhã vai acontecer uma reunião com os comandos, mas nenhuma das
associações foi convocada para esse encontro", reclamou.
Por
meio de nota, a Polícia Militar informou que as movimentações são uma prática
natural, não necessariamente dirigida às associações de policiais como forma de
retaliação. Ainda de acordo com a PM, as trocas são comuns para promover
"oxigenação" na tropa e, somente nesta terça (3), 21 comandantes de
batalhões foram realocados com essa finalidade.
Em relação à reunião com o Governo na quarta-feira
(4), os comandantes da PM e do Corpo de Bombeiros, os coronéis Carlos
D'Albiquerque e Manoel Cunha, respectivamente, devem apresentar propostas que
envolvem reajuste salarial e melhoria das condições de trabalho dos policiais
militares e bombeiros. (Via: G1 PE)
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