Um dos
símbolos de resistência à seca é o umbuzeiro. Entretanto, em decorrência da
longa estiagem no Sertão pernambucano, as árvores estão morrendo e as que
sobrevivem, não conseguem dar frutos. Com isso, está cada vez mais difícil
encontrar o umbu e sobreviver da renda dessa cultura.
Essa deveria ser a época da
safra do umbu, mas as árvores não estão dando o fruto, uma preocupação para
quem depende da cultura para sobreviver. "Eu fazia o picolé, a polpa e a
umbuzada, mas infelizmente não tô conseguindo achar mais o umbu, está muito
difícil. Nessa época a gente já achava umbu e infelizmente não estou encontrando
mais. Não tinha passado ainda por uma condição dessa ainda. Está difícil
trabalhar com isso agora", revela a agricultora Edlaneide Vitor da
Silva.
O umbuzeiro consegue armazenar
até mil litros de água debaixo da terra, em uma estrutura chamada popularmente
de batata, mas muitas estão com a reserva seca, o que causa a morte dos
umbuzeiros. Um levantamento feito pela Embrapa revelou que em algumas regiões
do nordeste de cada quatro umbuzeiros apenas um consegue sobreviver.
Há 5 anos em sítio em Santa
Maria da Boa Vista existiam cerca de 40 árvores, hoje restam 15 e algumas só
começaram a florir agora. "A floração do umbuzeiro está extremamente
atrasada na nossa região. A planta florindo agora, ela vai começar a frutificar
no período de fevereiro, mas os frutos podem ser extremamente prejudicados pela
falta de chuva que ocorreu nos últimos anos na nossa região”, explica o
agrônomo e especialista em plantas da caatinga, Pedro Ximenes.
O agricultor José Expedito
Almeida disse que é grande a tristeza com a morte das árvores. "Eu me
sinto muito triste e até mesmo porque se a gente vê que é uma árvore que é
típica da caatinga e que é resistente está morrendo, imagine para nós, ser
humano, futuramente, se Deus não mandar a chuva. Como será a nossa situação? Se
ela que é resistente está morrendo, imagine nós, ser humanos, como ficará no
futuro?" questiona.
Blog: O Povo com a Notícia