A procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, enviou hoje (14) parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra
o pedido de habeas corpus protocolado
pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar a eventual
prisão preventiva dele após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça
Federal.
No parecer, Raquel Dodge argumenta que o habeas
corpus não pode ser concedido pelo STF porque o mérito do
mesmo pedido ainda não foi julgado pela instância inferior, o Superior Tribunal
de Justiça (STJ). Além disso, a procuradora reafirma entendimento favorável do
Ministério Público pelo início da execução provisória da pena após julgados os
recursos em segunda instância.
“Estes fundamentos mostram que, ao contrário do afirmado pelos
impetrantes, a execução provisória da pena de prisão não é desproporcional nem
levará injustamente à prisão réu cuja culpa ainda não esteja satisfatoriamente
demonstrada. Muito ao contrário. É medida que observa a presunção de inocência,
o duplo grau de jurisdição e corrige a grave disfunção que acometia o sistema
penal do país”, argumentou a procuradora-geral no parecer.
Condenação
No dia 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4)
confirmou a condenação de Lula na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá
(SP) e aumentou a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão. Na
decisão, seguindo entendimento do STF, os desembargadores entenderam que a
execução da pena do ex-presidente deve ocorrer após o esgotamento dos recursos
pela segunda instância da Justiça Federal. Com o placar unânime de três votos,
cabem somente os chamados embargos de declaração, tipo de recurso que não tem o
poder de reformar a decisão, e, dessa forma, se os embargos forem rejeitados,
Lula poderia ser preso.
No habeas corpus, a defesa do
ex-presidente discorda do entendimento do STF que autoriza a prisão após os
recursos de segunda instância, por entender que a questão é inconstitucional.
“Rever esse posicionamento não apequena nossa Suprema Corte – ao contrário
– a engrandece, pois, nos momentos de crise, é que devem ser fortalecidos os
parâmetros, os princípios e os valores. A discussão prescinde de nomes,
indivíduos, vez que importa à sociedade brasileira como um todo. Espera-se que
este Supremo Tribunal Federal, a última trincheira dos cidadãos, reafirme seu
papel contra majoritário, o respeito incondicional às garantias fundamentais e
o compromisso com a questão da liberdade”, argumentam os advogados na ocasião. (Via: Agência Brasil)
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