O ex-marqueteiro do PT João
Santana e a mulher e sócia dele, Mônica Moura, prestaram depoimento como
testemunhas de acusação no processo sobre o sítio de Atibaia, nesta
segunda-feira (5), e reafirmaram que houve caixa dois na campanha para
reeleição do ex-presidente Lula, em 2006, pago pela Odebrecht.
O casal fechou acordo de delação premiada em abril de 2017 e está em
liberdade desde agosto. Diariamente, eles são monitorados por uma tornozeleira
eletrônica.
Mônica disse que a campanha custou R$ 18 milhões mais ou menos 8 em
doações oficiais e R$ 10 milhões em caixa dois. Segundo João Santana, esses
valores eram aproximadamente de 20% a 30% do valor oficial da campanha.
Ela já havia citado o valor a procuradores da República, em delação
premiada, em maio de 2017. À época, a empresária disse que o pagamento foi
feito em dinheiro vivo em sacolas, caixas de roupa e de sapatos em uma loja de
um shopping de São Paulo.
A mulher de João Santana também disse que só teve “contato social” com Lula
e que nunca falou de dinheiro com o ex-presidente ou esteve presente “nas
reuniões de cúpula, de decisões políticas e estratégicas”.
Este processo é o terceiro relacionado à Operação Lava Jato, que está em
tramitação em Curitiba, envolvendo o ex-presidente Lula.
A acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela
Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS em troca de contratos com
a Petrobras. Conforme a denúncia, Lula foi beneficiado com parte desse
dinheiro, por meio de obras realizadas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia.
As obras, conforme a denúncia, serviram para adequar o imóvel às
necessidades de Lula. Segundo o MPF, a Odebrecht e a OAS custearam R$ 850 mil
em reformas na propriedade.
João Santana diz que não conhece o Sítio: o ex-marqueteiro relatou ao juiz
Sérgio Moro que nunca foi ao sítio e que não sabia de detalhes sobre a
propriedade.
“Inclusive, quando se referia nesse período ao sítio do presidente eu
imaginava que fosse um sítio que eu tinha conhecido há muitos anos atrás, que
era um sítio que ele tinha perto de uma represa em São Paulo”, argumentou
Santana.
O delator e ex-gerente da área Internacional da Petrobras, Eduardo Musa,
também prestou depoimento no processo e afirmou que não tem nenhuma informação sobre
a reforma no sítio de Atibaia. “Não conheço o assunto”, afirmou. (Via: G1)
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