Em seu último grande comício na cidade de São Paulo, nessa quarta-feira
(24) à noite, o candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) disse
que seu partido tem que se reconectar com as periferias. Ele disse ainda que
esta reconexão foi feita na capital paulista, na qual figura à frente do
adversário Jair Bolsonaro (PSL) na preferência do eleitorado, de acordo com
pesquisa do Ibope divulgada ontem.
“A gente tem que se reconectar com a periferia, tem que se reconectar
com a dor das pessoas que estão sofrendo. Aqui em São Paulo, nós já passamos
Bolsonaro, porque essa reconexão já foi feita de maneira mais fácil. Todo o
hip-hop está conosco e nós vamos ganhar essa eleição”, disse o candidato. A
pesquisa aponta que ele tem 51% contra 49% do adversário na preferência do
eleitorado paulistano.
No comício em São Paulo, o movimento hip-hop foi representado pelo
rapper Emicida. No dia anterior, o movimento cultural também participou do ato
do candidato, realizado no Rio de Janeiro, com a participação do rapper Mano
Brown, evento marcado pela crítica do artista ao PT. O ato em São Paulo também
teve a participação de Guilherme Boulos, candidato do PSOL derrotado no
primeiro turno, e líderes de movimentos sociais.
No discurso, o candidato do PT ressaltou o apoio que recebeu do
ex-presidente do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman. Para Haddad, isso é
mais uma mostra que o país já percebeu que Jair Bolsonaro representa risco ao
futuro nacional. O discurso de Haddad foi feito para uma multidão no Largo da
Batata, na Zona Oeste da capital paulista, no ato chamado Virada pela
Democracia.
Derrotado pelas entrevistas
Haddad também atacou diretamente seu adversário Jair Bolsonaro. Ele
ressaltou que, a cada entrevista que seu adversário concede, cai mais nas
pesquisas. “Pelas minhas previsões, eu sou economista também, como vocês sabem,
ele está a duas entrevistas da derrota. Fala Bolsonaro, fala o que você pensa.
Se você não quer me enfrentar [em debates], fala só o que você pensa. Você vai
tomar uma surra do povo brasileiro no domingo”, garantiu.
O candidato do PT comentou entrevista de Bolsonaro à TV Cidade Verde, do
Piauí. “Essa semana, na última entrevista dele, disse que mulheres, negros,
gays e nordestinos têm que deixar de se fazer de coitados. Eu quero dizer ao
Bolsonaro, eu não tive a oportunidade de confrontá-lo, esse fujão, que coitado
é ele, que é o parlamentar mais improdutivo da história desse país. Vinte e
oito anos sem fazer nada, a não ser fomentar ódio e intolerância a cada
discurso que faz”, acrescentou.
Voto dos
evangélicos
Haddad disse ainda que os evangélicos, que em grande parte apoiaram seu
concorrente no primeiro turno, estão mudando de opinião. Segundo ele, o
discurso de Bolsonaro está afastando os fiéis, e os aproximando de sua
candidatura.
“O evangélico sabe qual o significado que a palavra verdade tem na
bíblia. E sabe também o que significa a palavra mentira. Quando meu adversário
começou a mentir, os evangélicos se sentiram traídos. É isso que está
impulsionando o voto evangélico. Eles estão perdendo a confiança no que
Bolsonaro diz”, afirmou.
O Ato da Virada pela Democracia, convocado pela Frente Povo Sem Medo e
Frente Brasil Popular, contou com simpatizantes do candidato do PT, membros da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), e de integrantes de grupos sociais como
a Marcha Mundial das Mulheres, o Levante Popular da Juventude e o Ditadura Nunca
Mais. (Via: Agência Brasil)
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