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sábado, 1 de abril de 2023

Argentino investigado por morte de brasileira que caiu de prédio usava apartamento para festas

Moradores da rua Libertad, no bairro portenho do Retiro, relataram a imprensa argentina que o dono do apartamento em que a brasileira Emmily Rodrigues, de 26 anos, passou as últimas horas de vida costumava usar o endereço para festas "privadas com mulheres". Foi em um desses eventos que a jovem estava antes de cair do sexto andar do edifício, em circunstâncias ainda não esclarecidas. O proprietário do imóvel, Francisco Sáenz Valiente, de 52 anos, foi preso e se tornou investigado na morte da brasileira.

Segundo os vizinhos, também ouvidos pelas autoridades policiais, o apartamento era comumente usado para festas, que aconteciam "em qualquer dia da semana", de acordo com a agência de notícias Telám. Aquela era a primeira vez de Emmily Rodrigues no imóvel, de acordo com a imprensa argentina.

— Ele sempre traz mulheres . Sempre. A qualquer hora, dia ou noite, não importa. Não é a primeira vez — disse uma moradora da área que não quis se identificar ao jornal argentino Clarín.

No interior do imóvel, os investigadores encontraram garrafas de bebidas alcoólicas, sem sinais de drogas ou substâncias ilícitas. Segundo fontes policiais relataram à Telám, o apartamento tinha diversos quartos e em todos foram encontradas roupas íntimas femininas. As camas também estavam desarrumadas como se tivessem sido usadas recentemente.

"Eram frequentes as festas e sempre com música e gritaria, o vizinho é conhecido por essas noitadinhas, gosta de se divertir", relataram moradores da vizinhança ao jornal argentino Clarín.

— Ninguém quer falar, porque ele é de família com dinheiro, muito dinheiro. Ninguém vai entrar se meter a dar opinião — disse um vizinho ao Clarín.

— Ele sempre saía para a rua camuflado, com um chapéu preto, por isso muitos dizem que não o conhecem — relatou outro morador da região.

Entenda o caso

O corpo de Emmily Rodrigues foi encontrado nesta quinta-feira pela manhã no pátio do prédio. A jovem havia chegado ao edifício da rua Libertad horas antes, segundo o jornal La Nácion. O corpo foi descoberto por policiais acionados por um chamado anônimo do serviço de emergência, que havia informado sobre a presença de "uma jovem alterada" que caíra do sexto andar do prédio.

De acordo com testemunhas, antes da brasileira cair, foram ouvidos gritos vindos do local. Uma briga teria acontecido entre Emmily e o empresário, conforme apontam os outros relatos. Segundo uma fonte policial relatou à agência de notícias Telám, a polícia "deve apurar se a mulher se jogou ou foi jogada e, se o fez, em que contexto ela tomou essa decisão".

Em depoimento aos policiais, o empresário declarou que estava no apartamento do sexto andar acompanhado de uma jovem de 26 anos e uma segunda mulher, a brasileira Juliana Mourão, de 37. Segundo seu relato, os três teriam ingerido bebidas alcóolicas.

"Sáenz Valiente disse que a jovem de 26 anos, que ele não identificou, se alterou e se aproximou de uma janela voltada para a rua, mas como não conseguiu abri-la, foi para outro área e pulou de outra janela que tem vista para o vão do prédio", afirmaram fontes policiais ao jornal argentino La Nacion

Juliana Mourão, por sua vez, declarou aos policiais que era amiga da jovem morta e do empresário argentino. De acordo com seu relato, os dois discutiram e Emmily chegou a agredir Valiente fisicamente, antes de cair da janela. De acordo com a agência de notícias Telám, Juliana tinha uma série de ferimentos nas mãos e arranhões.

Ainda de acordo com agência de notícias, o empresário não tinha sinais aparentes de ter se envolvido em uma briga, mas uma perícia deverá ser ainda feita.

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