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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Droga 500 vezes pior que heroína passa a ser usada em cigarros eletrônicos

Uma droga sintética com potencial letal vem alarmando autoridades de saúde pública na Austrália. O nitazeno, substância até 500 vezes mais forte que a heroína e dez vezes mais potente que o fentanil, tem sido detectado em cigarros eletrônicos, comprimidos e pós vendidos ilegalmente no país. Entre 2020 e 2024, o uso da droga esteve ligado a 32 mortes por overdose. 

Criado na década de 1950 como um analgésico potente, o nitazeno nunca chegou a ser aprovado para uso médico. Décadas depois, o composto ressurgiu no mercado ilegal e já foi associado a milhares de mortes por overdose nos Estados Unidos e a dezenas de casos no Reino Unido. Agora, especialistas alertam para sua rápida disseminação na Austrália, onde foi detectado pela primeira vez em 2020. 

O grande perigo do nitazeno está no fato de ser misturado a outras drogas, o que faz com que usuários muitas vezes nem saibam que estão consumindo a substância.

Segundo reportagem do The Guardian, o opioide tem sido encontrado em vapes vendidos como se contivessem maconha, em comprimidos em formato de ursinho de pelúcia que supostamente conteriam MDMA, além de pós comercializados como cocaína ou heroína e até em remédios falsificados para dor. 

De acordo com autoridades australianas, apenas seis tragadas de um cigarro eletrônico, um comprimido contaminado ou uma única carreira de cocaína adulterada podem ser suficientes para provocar uma overdose fatal. 

A Polícia Federal australiana que já realizou mais de 60 apreensões do composto, muitas delas em encomendas enviadas pelo correio, classifica o consumo de drogas contaminadas com nitazeno como uma “roleta russa”. 

Um estudo da Universidade da Austrália do Sul encontrou traços do nitazeno em seringas descartadas, sacos plásticos e lixeiras públicas, reforçando o alerta sobre a  presença disseminada do opioide. 

“O nitazeno está entre os opioides sintéticos mais potentes em circulação atualmente”, afirmou o pesquisador Cobus Gerber, em entrevista ao The Guardian.

“Essas substâncias podem ser letais em quantidades mínimas e são frequentemente misturadas com outras drogas, o que as torna extremamente difíceis de detectar e monitorar, finalizou.”

Embora o foco atual esteja na Austrália, o avanço do nitazeno preocupa autoridades em vários países. O padrão se repete: drogas altamente potentes, produzidas em laboratórios clandestinos e vendidas sem controle, aumentam o risco de overdose e dificultam o trabalho de monitoramento e prevenção. 

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