A reportagem principal da revista
Istoé, desta semana, afirma que vai revelar como o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, preso há seis meses numa sala-cela da Polícia Federal (PF) em
Curitiba, gerencia a campanha de Fernando Haddad ao Planalto.
“Ao exercer sem qualquer cerimônia ou pudor o papel de coordenador da
candidatura do presidenciável Fernando Haddad (PT), o petista transformou a
sala-cela num QG da campanha, onde acontecem manobras pouco ortodoxas no
vale-tudo para eleger o petista. Sob as barbas das autoridades, Lula vale-se da
estrutura carcerária para operar a estratégia eleitoral petista, colocando em
prática métodos nada republicanos no esforço para cooptar apoios de partidos
como MDB, PR, PP e PDT para o ‘projeto Haddad’”, diz trecho da reportagem.
Segundo a publicação, além de promessas de cargos no futuro governo do PT,
Lula articula vantagens financeiras destinadas a irrigar as campanhas dos que
se dispõem a serem convertidos a novos aliados. “A máquina eleitoral é
comandada por meio de bilhetinhos, à la Jânio Quadros, só que de dentro da
cadeia, os quais o petista faz chegar às mãos de assessores de altíssima
confiança. Integram o time de pombos-correios de Lula o ex-chefe de gabinete
Gilberto Carvalho, o advogado Cristiano Zanin, o deputado José Guimarães
(PT-CE) e do próprio Haddad, que o tem visitado na condição de advogado. O teor
das mensagens é repassado pelos assessores aos políticos aos quais se destinam
as determinações”, afirma a revista.
A reportagem aponta que “nas últimas semanas, o objetivo do ex-presidente
tem sido ampliar a vantagem de Haddad no Norte-Nordeste do País. Não à toa,
intensificaram-se as mensagens remetidas para caciques da região e velhos
parceiros dos tempos da era petista no poder, caso dos senadores Renan Calheiros
(MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE), Fernando Collor (PTC-AL) e o ex-senador
José Sarney (MDB-MA), que até então marchavam ao lado de Henrique Meirelles
(PMDB) ou de Ciro Gomes (PDT). Para que mudassem de lado na atual corrida
presidencial, robustecendo o palanque de Haddad, Lula prometeu-lhes
participação no novo governo e até compensações financeiras”.
Para revista, Lula acredita que “Haddad reúne chance de se eleger
presidente se obtiver uma ampla vantagem no Nordeste, onde detém o apoio de quase
35% do colégio eleitoral brasileiro (mais de 50 milhões de eleitores). Foi
graças à expressiva votação no Norte/Nordeste que Dilma Rousseff conseguiu
superar Aécio Neves (PSDB) na disputadíssima corrida eleitoral de 2014. Lula
espera repetir a dose”.
Ainda de acordo com a publicação, “desde que ativou o QG eleitoral na
cadeia, há um mês, os resultados já se fizeram sentir. Haddad ascendeu nas
pesquisas de intenção de voto de 4% para 22%, índices impulsionados pelo duplo
twist carpado empreendido pelo petista na região, onde atingiu 34% – o dobro de
Jair Bolsonaro. O avanço vermelho no Nordeste, operado por Lula da cadeia,
acabou por minar a candidatura de Ciro Gomes”.
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