Em entrevista coletiva na manhã
deste sábado (24) para apresentar a operação de GLO (Garantia da Lei e da
Ordem) destinada a combater as queimadas na Amazônia, os ministros do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, cobraram colaboração
dos estados da região. "Importantíssima a participação dos estados.
Enfrentamos até agora muita dificuldade em relação a esse suporte estadual. Não
é possível desenvolver essas atividades de controle e fiscalização a contento
sem o apoio estadual", disse Salles.
"Todos os entes, não só a União, enfrentam sérias restrições
orçamentárias. Temos pedido aos estados, desde o começo do ano, para que nos
apoiem nas ações de controle e fiscalização do Ibama e do ICMBio",
afirmou, acrescentando que tais ações precisam das forças de segurança
estaduais para serem realizadas. Na quarta (21), o presidente Jair Bolsonaro
(PSL), em fala a jornalistas, acusou governadores da região amazônica de serem
coniventes com os incêndios criminosos. Para ele, há estados da região Norte que
não estão "movendo uma palha" para combater os incêndios.
"Olha só, tem governador, não quero citar nome, que está conivente
com o que está acontecendo e bota a culpa no governo federal. Tem estados aí,
que não quero citar, na região Norte, que o governador não está movendo uma
palha para ajudar a combater incêndio. Está gostando disso daí", declarou
Bolsonaro na ocasião.
Até a manhã deste sábado, segundo o ministro da Defesa, quatro estados
solicitaram a GLO: Rondônia, Roraima, Tocantins e Pará. "É importante a
adesão dos governos, porque senão vamos ficar limitados às áreas federais,
unidades de conservação e terras indígenas. Já é alguma coisa, mas não é
suficiente. Todo mundo ajudando é melhor. A gente espera que todos os governos
que acompanham a Amazônia Legal vão assinar isso aí", afirmou Azevedo.
Bolsonaro assinou na tarde de sexta-feira (24) um decreto de GLO (Garantia
da Lei e da Ordem) que autoriza o emprego das Forças Armadas na Amazônia. De
acordo com o documento, militares poderão atuar em "áreas de fronteira,
terras indígenas, unidades de conservação ambiental e em outras áreas da
Amazônia Legal". Também nesta sexta, o governo informou que o presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu ajuda ao Brasil para conter as
queimadas. O ministro da Defesa informou que, por ora, a parceria está apenas
no nível das intenções, sem ações concretas.
A validade da GLO é de um mês, entre este sábado e 24 de setembro. As
ações serão coordenadas pelo tenente-brigadeiro do ar Raul Botelho, chefe do
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, que também participou da coletiva
nesta manhã. Segundo Botelho, cerca de 44 mil homens das três Forças (Exército,
Marinha e Aeronáutica) podem ser mobilizados a qualquer hora para atuar na
região da Amazônia Legal.
O tenente-brigadeiro informou que a primeira ação efetiva de combate a
incêndio será realizada a partir das 16h30 deste sábado, com uma aeronave que
já está em Porto Velho (RO). Trinta bombeiros da Força Nacional estão sendo
enviados para a capital de Rondônia. (Via: Folhapress)
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