À frente da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) desde janeiro de 2023, a delegada federal Carla Patrícia Cunha entregou o cargo nesta quarta-feira (30). Ela alegou à governadora Raquel Lyra que tomou a decisão por "questões pessoais".
Carla Patrícia foi a primeira mulher a assumir a pasta da segurança pública no Estado. Com a saída dela, sobe para cinco o número de secretários estaduais que, em apenas oito meses, deixaram o governo de Pernambuco.
"Tomar decisões difíceis faz parte da dinâmica de quem busca atuar em prol da coletividade. Há alguns meses, decidi fazer parte da equipe de secretários de Pernambuco para ajudar o Estado a percorrer a importante, porém árdua, tarefa de cuidar da segurança", disse trecho de comunicado de Carla Patrícia repassado à equipe da SDS-PE.
"À frente da Secretaria de Defesa (Social), posso dizer que contei, diariamente, com a competência e a dedicação das forças de segurança pública de Pernambuco. É especialmente a esse time que agradeço depois de conviver oito meses buscando o mesmo objetivo: trazer mais segurança para a sociedade como um todo, tendo a preocupação de olhar também para melhores condições de trabalho", afirmou outra parte da mensagem.
No texto, a ex-secretária agradeceu ao secretário-executivo de Defesa Social, Alexandre Alves; à corregedora, Mariana Cavalcanti; à chefe da Polícia Civil, Simone Aguiar; ao chefe da Polícia Científica, Fernando Benevides; ao comandante da Polícia Militar, Tibério César dos Santos; ao comandante do Corpo de Bombeiros, Clovis Ramalho; entre outros.
"Hoje - exclusivamente por questões pessoais - tomo mais uma decisão difícil que é deixar a Secretaria. Agradeço à governadora Raquel Lyra por me confiar tão importante missão e sigo torcendo para que a equipe continue se dedicando ao povo pernambucano", completou a mensagem.
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A governadora Raquel Lyra se pronunciou por meio da rede social X (antigo Twitter), na noite desta quarta-feira.
"Agradeço à Carla Patrícia por ter se dedicado à missão de comandar até hoje a Secretaria de Defesa Social. O combate à criminalidade e à violência são prioridade do nosso governo. O trabalho segue adiante. Vamos construir um Pernambuco mais seguro para todos."
O governo de Pernambuco ainda não informou quem assumirá a vaga deixada por Carla Patrícia. Alexandre Alves, o atual executivo da pasta, ficará interinamente.
COMBATE À VIOLÊNCIA EM PERNAMBUCO
A saída de Carla acontece quase um mês após o governo estadual anunciar as principais diretrizes do Juntos pela Segurança, em substituição ao Pacto pela Vida. A nova política segue na fase de construção, com oficinas e consulta pública da sociedade.
A promessa de Raquel Lyra é apresentar, até o final de setembro, a nova política de segurança para reduzir os números violência que seguem altos em Pernambuco.
Em julho, 309 pessoas foram vítimas de mortes violentas - um aumento de 26,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 244 ocorrências foram registrados.
Na Região Metropolitana do Recife, o aumento de crimes contra a vida foi bem acima da média do Estado. Ao todo, em julho, 143 pessoas foram mortas. Já no mesmo período do ano passado, foram 98. O crescimento chegou a 45,9%.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, Pernambuco somou 2.101 mortes. Três a menos do que no mesmo período de 2022.
QUEM É CARLA PATRÍCIA CUNHA?
Carla Patrícia foi a primeira mulher a comandar a Superintendência da Polícia Federal em Pernambuco. Ela permaneceu no cargo entre dezembro de 2019 e maio de 2021. Foi na gestão dela que várias operações foram realizadas para investigar indícios de desvios de verbas que deveriam ter sido destinadas pela Prefeitura do Recife no combate à covid-19.
Antes da superintendência da Polícia Federal, Carla Patrícia comandou a Corregedoria-Geral da SDS-PE, entre 2017 e 2019.
Carla também foi chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal e atuou em várias investigações que resultaram em operações em Pernambuco.
A mais polêmica foi em relação ao terreno do Cais José Estelita, no Recife, que foi leiloado. Em setembro de 2015, a Polícia Federal concluiu as investigações e afirmou que o leilão do terreno do Estelita foi subfaturado em R$ 10 milhões.
O inquérito ainda apontou que houve desrespeito a todos os prazos legais previstos na Lei 8.666/93, conhecida como a Lei das Licitações. O leilão, que teve um único concorrente, deu vitória ao Consórcio Novo Recife. (Via: Ronda Jc)
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