A Polícia Civil da Bahia prendeu 23 pessoas nesta quarta-feira (9), durante a segunda fase da operação “Falsas Promessas”, que investiga um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro por meio de rifas ilegais divulgadas nas redes sociais. Entre os detidos estão influenciadores digitais com centenas de milhares de seguidores e policiais militares, incluindo nomes como Franklin Reis, Ramhon Dias, Gaby Silva, Nanam Premiações e Alexandre Tchaca.
Segundo as investigações, o grupo criminoso manipulava os resultados dos sorteios para favorecer integrantes da própria organização. Com empresas de fachada e uso de “laranjas”, os envolvidos disfarçavam a origem dos recursos, movimentando aproximadamente R$ 680 milhões de forma ilícita.
Apontado como um dos líderes do esquema, o casal José Roberto Santos (Nanam Premiações) e Gabriela Silva (Gaby Silva) foi preso em um condomínio de luxo na Estrada do Coco, Região Metropolitana de Salvador. Juntos, eles acumulavam mais de 250 mil seguidores nas redes sociais e exibiam uma vida de ostentação, com viagens internacionais e prêmios de alto valor.
Outro preso foi Franklin Reis, influenciador conhecido por seus personagens humorísticos Neka e Abias, com mais de 690 mil seguidores. Ele já havia sido vítima de sequestro em 2023 e, em 2024, foi baleado em um atentado em Salvador.
Também foi detido o ex-policial militar Alexandre Tchaca, conhecido por seu podcast de conteúdo policial e por ter sido candidato a vereador em 2024. Ele já era alvo de investigações e chegou a afirmar publicamente que havia mandados de busca e que “cairia atirando”, caso fosse preso.
A Polícia Militar confirmou que nove PMs estavam com mandados de prisão decretados, dos quais três ainda são considerados foragidos. Os seis já localizados foram encaminhados à Coordenadoria de Custódia Provisória (CCP), em Lauro de Freitas.
As prisões também ocorreram em outras cidades da Bahia, como Juazeiro e Vera Cruz. Em Juazeiro, foi preso o influenciador Josemário Lins, conhecido por divulgar rifas e ostentar viagens aos EUA e Dubai. Nas redes sociais, ele se apresentava como “empreendedor” e dono de uma “fábrica de sonhos”.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo usava uma estrutura sofisticada de transações financeiras e contava com apoio de policiais da ativa e ex-PMs que forneciam proteção, dados privilegiados e atuavam na operação dos sorteios fraudulentos.
Mais detalhes sobre a operação devem ser divulgados nas próximas atualizações.
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