A Polícia Federal (PF) deu início na última terça-feira (02) a uma nova etapa da Operação Outside, que investiga suspeitas de fraude em licitação, sobrepreço e desvio de verbas públicas federais repassadas ao município de Patos, na Paraíba.
A cidade é governada por Nabor Wanderley, pai do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ambos não são alvos da investigação.
A ação é conduzida em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF). Segundo a CGU, após a primeira fase da operação, deflagrada em 12 de setembro de 2024, foram realizadas fiscalizações que confirmaram indícios de irregularidades em uma obra viária.
Segundo informações do O Globo, a CGU afirmou que, com a análise dos documentos coletados anteriormente, foram identificados novos envolvidos nos fatos já apurados. Há suspeitas de que uma servidora municipal tenha usado seu cargo para beneficiar uma empresa contratada.
"A nova fase da operação tem como objetivo o aprofundamento da investigação, bem como apurar elementos que indiquem possível atuação ilícita de investigada, que, utilizando-se de sua posição na administração pública, teria favorecido interesses privados da empresa contratada para realização da obra. O objetivo principal é reverter ao erário os valores pagos indevidamente e a apuração de responsabilidade dos envolvidos nas irregularidades."
Ainda de acordo com O Globo, na primeira etapa da operação, descobriu-se que os recursos desviados vinham de uma emenda parlamentar enviada por Hugo Motta. Na ocasião, o parlamentar — que não é investigado — declarou que "confia nos órgãos de investigação". Desta vez, sua assessoria informou que ele não comentaria o caso.
Motta destinou R$ 5 milhões ao município de Patos em 2020, por meio do orçamento secreto, durante o governo de Jair Bolsonaro. Os recursos foram repassados ao Ministério do Desenvolvimento Regional, com a finalidade declarada de "apoio a projetos e obras de reabilitação e urbanização acessível em áreas urbanas".
O contrato entre a prefeitura de Patos e o ministério foi firmado em 31 de dezembro de 2020, com R$ 4,78 milhões provenientes da emenda de Hugo Motta e R$ 285 mil de recursos municipais, totalizando R$ 5 milhões.
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