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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Advogado suspeito de mandar vídeo íntimo para filha de 16 anos é transferido para presídio em Arcoverde, no Sertão de PE

O advogado de 34 anos, suspeito de estupro de vulnerável contra a própria filha de 16 anos, foi transferido neste sábado (30) para o Presídio Advogado Brito Alves (PABA), em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. A prisão preventiva foi determinada pela Justiça após ele descumprir medidas cautelares. A identidade do homem não é revelada para preservar a vítima.

A transferência ocorreu após uma audiência de custódia na sexta-feira (29), que confirmou a legalidade do mandado de prisão. O município de Inajá, onde o crime teria ocorrido, fica a cerca de 132 km de Arcoverde.

O investigado havia sido preso em flagrante em 16 de agosto, mas foi solto no dia seguinte para cumprir medidas cautelares da Lei Maria da Penha, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, segundo a polícia, ele não instalou o equipamento no prazo e foi visto consumindo bebida alcoólica em um bar.

Diante das irregularidades, o delegado responsável pelo caso comunicou o descumprimento ao juiz, que decretou a prisão preventiva. O advogado se apresentou na Delegacia de Floresta na quinta-feira (28), quando o novo mandado foi cumprido.

'Nunca foi pai, foi genitor'

Familiares da adolescente relataram ao g1 que o advogado nunca demonstrou afeto pela filha. Segundo um parente, ele chegou a duvidar da paternidade e só registrou a menina após um exame de DNA, mantendo uma relação distante desde então. Os nomes dos entrevistados foram preservados.

Dois parentes da adolescente relataram ao g1 que o homem nunca demonstrou afeto ou proximidade com a filha desde a gravidez. Os nomes dos entrevistados foram preservados para resguardar a identidade da vítima.

Segundo um dos familiares, o advogado chegou a levantar dúvidas sobre a paternidade e só reconheceu a menina após um exame de DNA. Mesmo assim, a relação de pai e filha nunca teria existido de fato.

O inquérito policial mostra que a investigação se baseia também em prints de mensagens trocadas entre o advogado e a adolescente. Nos diálogos, ele envia conteúdos de teor sexual, insiste para que a vítima visualize os arquivos e pede que não conte a ninguém.

Em uma das conversas, o homem pergunta se a filha estava sozinha e se a avó dela lia as mensagens. Em outro trecho, afirma que gostaria de mostrar “uma coisa”, mas admite que poderia parecer “safado”.

Na sequência, ele envia vídeos íntimos, apaga, e depois insiste em reenviar. A adolescente bloqueou o contato do pai logo após receber o material.

No depoimento à polícia, o advogado afirmou que trocava mensagens com outra mulher no mesmo momento em que falava com a filha e que teria enviado os vídeos íntimos “por engano”.

O que dizem as autoridades

Segundo o delegado Daniel Angeli, a audiência de custódia serviu apenas para verificar a legalidade do cumprimento do mandado de prisão, sem reavaliar o mérito da decisão judicial.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Pernambuco, informou que a Comissão de Direitos Humanos abriu uma representação contra o advogado no Tribunal de Ética e Disciplina. O processo corre em sigilo.

O g1 tentou contato com a defesa do investigado mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

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