O ato de filiação de novas lideranças ao PSD, inicialmente concebido como um possível contra-ataque à recente agenda de adesões ao prefeito do Recife, João Campos, passou a ser interpretado nos bastidores como uma espécie de “pesca no próprio aquário”, no mínimo, uma iniciativa apelativa. Isso porque as duas principais lideranças anunciadas para ingressar no partido da governadora Raquel Lyra, os prefeitos Diego Cabral (Camaragibe) e Mano Medeiros (Jaboatão dos Guararapes), já integram a base governista.
Diego Cabral, apesar de ter se desfiliado do Republicanos, partido comandado pelo ministro Silvio Costa Filho, já vinha empunhando a bandeira de Raquel Lyra. O mesmo se aplica a Mano Medeiros, que deixará o PL de Anderson Ferreira. Caso o evento desta segunda-feira não apresente outra liderança de peso que represente, de fato, uma baixa na base de João Campos, será inevitável a avaliação de que “a montanha pariu um rato”.
Outro ponto relevante que emerge desse movimento é a percepção de que a governadora tem se deixado pautar pelo avanço político de João Campos. As adesões quase diárias ao projeto do prefeito do Recife têm incomodado o Palácio do Campo das Princesas, sobretudo porque grande parte delas vem do Agreste, região onde Raquel construiu sua trajetória política. A passagem de João Campos por Jupi, no último sábado (20), onde foi recebido pela prefeita Rivanda Freire (PSD) e por uma multidão, evidenciou exatamente o que os aliados da governadora mais temem: o herdeiro de Eduardo Campos tem forte apelo popular e é, comprovadamente, bom de rua. (Via: Blog Ponto de Vista)
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