Cotado como um dos possíveis candidatos a presidente da República em 2014, o governador Eduardo Campos (PSB) voltou a criticar a antecipação do debate eleitoral e negou que esteja se colocando na disputa. Em Petrolina, onde esteve cumprindo agenda administrativa na última sexta-feira (10), o socialista afirmou que o momento econômico delicado pelo qual passa o País é de trabalho, e não de discutir eleições ou campanhas políticas. “Nada que se discutir esse ano, com essa antecedência toda, vai valer para o próximo”, ressaltou.
Perguntado, no entanto, se as inserções do seu partido no rádio e TV, quando fez críticas veladas à administração petista da presidente Dilma Rousseff não seriam uma forma de antecipar o debate, Eduardo contestou. Na propaganda socialista, apenas o governador falou e disse ser possível “fazer mais” pelo País.
“Todo mundo tem direito de fazer inserções. Eu também sou filho de Deus. Fizemos um filme de 20 minutos, mostrando a caminhada do Brasil se redemocratizando, as conquistas para a estabilização econômica. Depois associamos o que vem, sobretudo no governo do ex-presidente Lula, e que tínhamos diante de nós uma pauta, que era fazer mais”, explicou, descartando que a mensagem tenha sido um recado à presidente Dilma. ‘Aquela (as inserções) foi nossa forma de ver o ano de 2013”, argumentou.
Para o socialista, “tem muita gente nervosa” com o debate de 2014 sem motivos. Ao comentar se seu nome não estaria incomodando, Eduardo desconversou: “Não acredito. Coitado de mim, incomodar quem?”. E completou, dizendo respeitar aqueles que “querem partir na frente” com a campanha política do ano que vem. “Não tem nenhum problema, sempre vivi a vida inteira acreditando na democracia e na forma de fazer as coisas. Agora, na medida em que eu possa influir no PSB, junto com outros companheiros e dirigentes, tomarei as decisões só em 2014”, ressaltou.
Lula
Sobre os rumores de que o ex-presidente Lula teria dito de que ainda acredita que desista da disputa, Eduardo também saiu pela tangente, justificando que a declaração do ex-presidente só saiu pela imprensa . “Não vi o Lula afirmar isso, está apenas publicado em um jornal sobre uma versão de que teria dito. O Lula não me disse isso”, contestou.
O governador preferiu lembrar o carinho que nutre pelo ex-presidente desde 1979, ano em que o conheceu quando foi a sua casa receber o ex-governador Miguel Arraes do exílio político. Posteriormente participou de todas as campanhas do petista a presidente, chegando a ser seu ministro (de Ciência e Tecnologia), além de considerá-lo “o melhor presidente da história da República” para os pernambucanos e com grandes serviços prestados à nação. Afirmou ainda que Lula é seu amigo pessoal e, por isso mesmo, as divergências no campo político são respeitadas. “Sempre que posso converso com ele e nossas conversas nunca foram abaladas por posicionamentos políticos que possamos divergir”.
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Fonte: Blog Ronaldo Rocha