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terça-feira, 30 de julho de 2019

Guedes critica vazamentos de mensagens da Lava Jato e diz 'vai trabalhar, vagabundo'


Reportagens com base em vazamentos de mensagens dos procuradores da Lava Jato e do ministro Sergio Moro (Justiça) foram alvo do ministro da Economia Paulo Guedes. Em discurso na última sexta-feira, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, ele criticou a oposição e sugeriu que a gravação de mensagens pessoais de terceiros foi para fins políticos, terminando sua frase com um "vai trabalhar, vagabundo". A fala viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (29).

"Vão gravar todo mundo até derrubar alguém? 'Peguei: você falou que vai dormir com sua mulher hoje à noite e vai fazer fazer sexo selvagem.' Qual o ganho que você tem para a democracia em invadir a privacidade das pessoas? Qual ganho que você tem em 'ah, peguei o cara conversando com o outro, aqui'", afirmou o ministro. Guedes criticou a divulgação das mensagens com a justificativa de que elas não seriam de interesse público.

"Se é uma conversa não republicana, tudo bem. Mas não é isso que estamos assistindo. Nós estamos assistindo a uma tentativa de desestabilizar o governo. Esse negócio é ridículo, patético. Patético. Você está em uma democracia, tudo funcionando, o cara perde a eleição e fica o dia inteiro tentando derrubar o outro? Vai trabalhar, vagabundo", disse Guedes.

O ministro citou a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados como exemplo de funcionamento das instituições. "Não tem caos político (...). Por que essa psicologia da destruição? Eu quero acreditar que estou em uma democracia, e que não é saci-pererê. Caminho com as duas pernas, às vezes ganho uma, às vezes ganho outra. Será que, quando o outro ganha, não pode?", questionou Guedes.

Desde o final de junho, a Folha e outros veículos têm produzido uma série de reportagens com base nas mensagens trocadas pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato nos últimos anos e obtidas pelo site The Intercept Brasil, que diz ter recebido o material de uma fonte anônima.

Para a Polícia Federal, Walter Delgatti Neto, preso na última terça-feira (23) sob suspeita de atuar como hacker, foi a fonte do material que tem sido publicado pelo Intercept. Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos pela PF, disse que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira.

Moro, um dos hackeados, disse a autoridades que as mensagens seriam destruídas, como revelou a Folha. A comunicação foi confirmada à reportagem pela assessoria de Moro. A atitude do ministro reacendeu a pressão de alas do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso, sob a justificativa de que Moro extrapolou os limites de sua competência. (Via: Folhapress)

Blog: O Povo com a Notícia