Um embate entre o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, teria acirrado os ânimos em torno do julgamento que trata da pejotização no país. Em declarações recentes, o colaborador do Governo Lula afirmou “esperar” que as “motivações” de Mendes na condução do processo sejam “plenamente jurídicas”. De acordo com a coluna Radar, da revista Veja, a fala foi vista como uma provocação e provocou uma reação imediata do decano da Corte.
Segundo relatos obitidos pela publicação, Mendes telefonou diretamente para Marinho e foi contundente: “Vocês estão na rota errada. Em dois anos, não aprovaram nada. Está tudo afundando”. O ministro do STF tem se posicionado contra a criminalização automática da pejotização — prática comum em setores diversos da economia, em que trabalhadores são contratados como pessoas jurídicas para driblar encargos trabalhistas.
Gilmar comparou a tentativa de barrar a pejotização a “defender o condutor de carruagem contra o avanço dos carros”. Em resposta, Marinho chegou a dizer que uma decisão favorável à pejotização no STF pode “acabar com a Previdência e o próprio Ministério do Trabalho”. O ataque também não ficou sem troco.
Gilmar reagiu: “O que acaba com a Previdência é esta roubalheira que estamos vendo no INSS”. O clima azedou ainda mais quando Marinho sugeriu que decisões do STF estariam fortalecendo o trabalho escravo. A fala gerou incômodo entre ministros da Corte, e Gilmar chegou a cobrar explicações da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, sobre o tom adotado por integrantes do governo.
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