O baiano Marcus de Almeida Correia Lima, de 48 anos, foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará por apalpar as nádegas de uma mulher em um posto de combustíveis em Fortaleza, em maio de 2024. O crime foi flagrado por uma câmera de segurança instalada em uma loja de conveniência.
As imagens mostram o momento em que a vítima entra no estabalecimento e procura por algum produto. Quando se direciona para sair do local, o médico ginecologista passa pela mulher e apalpa as nádegas dela.
O caso aconteceu no dia 18 de maio de 2024, mas o inquérito policial foi concluído e enviado ao Poder Judiciário no dia 15 de abril deste ano.
Para a Polícia Civil, ficou evidente que Marcus de Almeida, "de forma livre e consciente, praticou ato de natureza sexual contra a vítima sem o seu consentimento, consistindo em tocas as nádegas da vítima, fato típico que se amolda à descrição do art. 215-A do Código Penal Brasileiro (crime de importunação sexual)".
Quem é o suspeito
Natural de Salvador, Marcus de Almeida é um médico ginecologista que também atua como cirurgião bariátrico e faz parte da diretoria do Colégio Brasileiro de Cirurgiões da Bahia.
Segundo informações exibidas no site MedGuias, o profissional atua como cirurgião nos hospitais Aliança, São Rafael, Santo Amaro e Português, todos na capital baiana. Ele também presta atendimento em outras unidades de saúde nas cidades de Lauro de Freitas e Irecê.
Na época do crime, o médico estava em Fortaleza para participar de um congresso de medicina, e parou no posto de combustíveis no caminho do aeroporto para retornar à Bahia.
Em depoimento, o ginecologista afirmou "não se recordar dos fatos narrados no Boletim de Ocorrência", segundo o relatório policial. Além disso, ele não se reconheceu como o homem que aparece no vídeo, "levantando a hipótese de equívoco por parte da ofendida quanto à identificação do autor".
A vítima, por sua vez, relatou ao g1 que sofreu crise de ansiedade após o episódio. "Eu fiquei revivendo esse acontecimento durante muitos dias, tendo crise de ansiedade, com medo de andar na rua e alguém fazer de novo, me assustando com qualquer pessoa que se aproximasse. Aí eu resolvi dar um basta nessa situação", disse.
"A gente sente vergonha, culpa, pensa assim 'ah, será que era a roupa que eu estava?'. Depois você pensa 'ah, foi só um toque, né, poderia ser coisa pior, eu não vou atrás disso não, perder meu tempo, sabe'. Depois, você sente medo do que pode acontecer se você denunciar, tanto medo do próprio abusador como medo do que as pessoas vão pensar", complementou.
O que diz o Cremeb
O BNews procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para apurar se o órgão tem conhecimento sobre a denúncia e se há algum processo ético-disciplinar em andamento contra o médico.
No entanto, não houve retorno até a publicação da matéria. O texto será atualizado em caso de manifestação.
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