O ex-presidente Jair Bolsonaro e o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebem remunerações mensais dos seus partidos. Entre abril e outubro, Bolsonaro recebu dinheiro do PL por, pelo menos, sete vezes, somando R$ 200 mil. Já Lula recebeu do PT nove repasses, de fevereiro a outubro, totalizando R$ 96 mil. As informações são do Estadão.
Os vencimentos pagos a Lula e Bolsonaro são uma exceção, já que nenhum outro ex-chefe de Estado possui benefício semelhante em suas legendas..
As informações constam nas prestações de contas anuais do MDB, PL, PSDB, PT e PTB enviadas neste mês ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os documentos encaminhados à Justiça Eleitoral compreendem o período de outubro de 2022 a outubro de 2023.
A legislação brasileira não impõe aos partidos a obrigação de pagar salários a presidente ou ex-presidentes. Portanto, as remunerações recebidas por Lula e Bolsonaro não derivam de suas passagens pelo Palácio do Planalto, mas sim de suas funções dentro de seus respectivos partidos.
Além do salário no PL, Bolsonaro também recebe a aposentadoria do Exército, de cerca de R$ 12 mil por mês. O capitão reformado recebe uma aposentadoria como ex-deputado, o que corresponde a mais de R$ 30 mil por mês. Como ex-presidente da República, ainda tem direito a quatro servidores para desempenhar funções de segurança e apoio pessoal, dois assessores pessoais, dois veículos oficiais e dois motoristas.
Repasses a Lula
Por meio de nota, o PT informou que os repasses feitos ao presidente da República referem-se ao custeio de parte do aluguel de imóvel que, desde 2022, serviu como residência e local de trabalho do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. "Todas estas transferências foram feitas com recursos de arrecadação própria do partido, conforme declarado à Justiça Eleitoral, sem uso de Fundo Partidário ou outras fontes", diz o texto.
O partido esclareceu também que assumiu uma parcela do custo do aluguel, tendo em vista que o imóvel deveria prover as necessidades de segurança, privacidade, espaço para trabalho de assessores e para reuniões políticas inerentes às atividades de seu presidente de honra. "Desde outubro último, o PT assumiu integralmente o contrato de locação e o pagamento do contrato de aluguel, cessando então as transferências registradas na Justiça Eleitoral".