Após a fraude de descontos não autorizados nas aposentadorias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve definir o novo presidente do INSS em vez do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). De acordo com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, a nomeação acontecerá "o mais rápido possível".
O caso veio à tona na última semana, após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem a Operação Sem Desconto e revelarem um esquema que pode envolver desvio de até R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS.
A nomeação do novo presidente do INSS por Lula, segundo a ministra, acontece "porque o presidente resolveu fazer". Ela negou que a decisão de Lula fazer a nomeação seja por falta de confiança em Lupi, mas sim porque Lula “acha que tem que fazer a nomeação do INSS e resolveu trazer para si".
O presidente vai nomear um novo presidente do INSS, uma nova direção do INSS. E a recomendação, com certeza, é isso, desses fatos serem resolvidos, ou seja, todos esses gargalos, vasos serem fechados para não acontecer de novo, e ter medidas no âmbito administrativo, tecnológico, para que o instituto melhore sua administração", afirmou Gleise.
Gleisi também disse "não há nada" contra Lupi na investigação sobre a fraude no INSS e que, caso no futuro algo o envolva, ele tem que ser afastado. Ela indicou que ele deve permanecer no cargo de ministro da Previdência no momento.
Se não tem nada que o envolve, não tem motivo para ser afastado. Eu acho que ele está fazendo as explicações, se defendendo. Obviamente, se tiver alguma coisa que no futuro venha envolvê-lo, e não só ele, qualquer outro ministro, aí sim tem que ser afastado e o presidente não vai deixar de fazer isso", disse Gleisi.
'Farra do INSS'
O caso revelado pela Polícia Federal (PF) na Operação Sem Desconto, que investiga desvios em benefícios de aposentados e pensionistas, preocupa o Palácio do Planalto. Uma ala do governo Lula defende que seria melhor que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, fosse demitido.
As investigações apontam que o ministro foi alertado do problema em 2023 e levou quase um ano para agir. O caso demorou para ser pautado e discutido nas reuniões da gestão Lupi, o que aconteceu em apenas uma oportunidade, em abril de 2024, dez meses depois do alerta feito a Lupi.
Apesar de parte do governo Lula defender que seria que Lupi pedisse para sair do ministério, ele está na defensiva. A saída de Lupi da pasta é tido como delicado, já que o PDT é um partido aliado antigo e ele é o presidente nacional da legenda. Além disso, foi Lupi quem indicou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi afastado e demitido depois da operação da PF.
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