Fica difícil avançar previsões a respeito de que partido alcançará maioria na Câmara, nas eleições de outubro. Há quatro anos o PT chegou na frente, com mais deputados do que o PMDB, tradicionalmente ocupante da posição. A duras penas, até hoje, apesar dos troca-troca, os companheiros mantiveram o título de maior bancada. A dúvida é se continuarão.
Entre os dirigentes maiores do PT, a começar pelo Lula, registra-se certa inquietação sobre se o desgaste da presidente Dilma como candidata à reeleição repercutirá nas eleições para o Congresso. No Senado, dada a renovação de apenas um terço de seus integrantes, deverá permanecer o mesmo conjunto de forças, com a maioria folgada do PMDB. O diabo é a Câmara, onde PT até hoje vem equilibrando o jogo, com sua maioria.
Um dos principais fatores da intranqüilidade é a falta de renovação nos quadros do partido oficial. Fora exceções, são os mesmos que há tempos o conduzem, nos estados. Melhor exemplo não há do que a má vontade dos caciques petistas diante da candidatura do senador Lindbergh Farias a governador do Rio. Ele parece haver embaralhado acordos e tendências.
Numa palavra, o PT envelheceu. Qual a alternativa para uma hoje improvável substituição de Dilma como candidata, a não ser o Lula. Como alternativa para a presidência da Câmara, sobrou Arlindo Chinaglia, não propriamente um novato.
Pior fica a situação quando se nota que, além das pessoas, as ideias e os propósitos também não foram renovados. Falta aquela garra que marcou a fundação e os anos iniciais do partido. Em vez de mudar, foi mudado. (Por Carlos Chagas, jornalista/Farol de Notícias)
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