O Plano A era acionar a lábia de Lula e comprar os
votos que derrubariam o pedido de impeachment na Câmara. O Plano B era, era, era… Dilma não tinha um Plano B. Seus
estrategistas não imaginavam que Lula, a bala de prata do petismo, viraria
festim. Não fizeram um plano de contingência porque foram incapazes de perceber
que o aroma de poder que exala do Jaburu tornou-se mais sedutor que o tilintar
de verbas e cargos de um Alvorada em pleno ocaso.
Derrotados
pela própria falta de rumo, Lula e o PT improvisaram em cima do joelho um Plano B. Consiste
na realização de nova eleição presidencial em 2016. Nova eleição, no caso, é
uma figura de linguagem que substitui a palavra desagradável que Dilma evita
pronunciar: R-E-N-D-I-Ç-Ã-O! Ainda reduzido à condição de ministro-chefe do
quarto de hotel, Lula agora articula não a salvação de Dilma, mas a interdição
de Temer. Falta-lhe apenas uma criança de cinco anos para avisar que não dará
certo.
A
ideia empinada por Lula em conversa com Renan Calheiros — e aparentemente já
digerida por Dilma — é inútil e suicida. É inútil porque não passa no Congresso.
Na batalha do impeachment, o Planalto reuniu no plenário da Câmara uma
infantaria de 137 votos. Foi humilhado por 367 votos, a maioria de silvérios.
De onde um governo tão fraco retiraria forças para juntar os 308 votos
necessários à aprovação de uma emenda constitucional?
A
tese é suicida porque estimula os senadores a apressarem a deposição de Dilma.
Ora, se até o criador pega em lanças por uma nova eleição, é porque já não
considera defensável o mandato da criatura. Por que diabos, então, os senadores
esperariam 180 dias (pode me chamar de seis meses) para desligar Dilma da
tomada? Mais: depois de entronizado, por que Michel Temer renunciaria a dois
anos e meio de mandato? Hoje, uma saída que leve à candidatura presidencial de
Lula é o Plano Z do PMDB. (Via: Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia