A Polícia Civil deverá realizar, ainda esta semana, uma nova reprodução simulada na piscina de um hotel em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, onde duas pessoas morreram no último mês de março. Segundo os laudos preliminares tanto o paulista Bruno Ribeiro, 20 anos, como a pernambucana de Serra Talhada, Anne Trindade, 31 anos, faleceram em virtude de asfixia causada por afogamento. O objetivo é sanar as últimas dúvidas sobre as circunstâncias em que os dois casos ocorreram.
A princípio, a simulação deveria ocorrer nesta segunda-feira (04), mas o Delegado Carlos Couto, responsável pelas investigações, só deverá confirmar se será possível no fim da manhã. Segundo a assessoria da Polícia Civil, ainda faltam alguns detalhes para a realização do procedimento, como a participação de um familiar de Anne Trindade, que deverá ajudar o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística (IC). A ideia é realizar os trabalhos no horário aproximado em que as mortes ocorreram, entre 17h30 e 18h30.
Na semana passada, o delegado Carlos Couto afirmou que faltou um salva-vidas na área de lazer do estabelecimento e isso teria tido grande importância para os óbitos. “Nenhum dos dois fatos havia presença de guarda-vidas, o que é obrigatório por lei no nosso estado. Também, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) considera imprescindível que haja um operador de piscina. Este é um funcionário do hotel que basicamente tenha conhecimento das engrenagens do tanque”, detalhou.
Na morte de Anne Trindade, explica o policial, houve outro fator importante: “Ela havia ingerido bebidas alcoólicas e isso ficou provado pelas notas do bar do hotel”, observou.
Mesmo com as investigações em andamento, a piscina do hotel foi liberada para os hóspedes. O delegado afirmou que vai entrar com um recurso para que seja obtida uma medida cautelar para o estabelecimento que determine a contratação do profissional guarda vida, sob pena de multa.
“Estamos representando para que seja concedida uma medida cautelar para que o hotel contrate um salva-vidas sob pena de multa diária de R$ 10 mil, ou a interdição da construção [piscina]. No entanto, essa competência de interdição é de órgãos administrativos da Prefeitura e dos Corpo de Bombeiros, não da Polícia Civil”, ressaltou o titular do caso.
Caso fique comprovado que o administrador do hotel foi omisso na contratação de salva vidas e de que a construção está em desacordo com as normas técnicas da ABNT, ele pode responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A pena varia de um a três anos de detenção. Ainda não há prazo para a conclusão do laudo tanatoscópico. (Via: G1)
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