Considerada
importante alternativa para geração de emprego e renda, principalmente durante
o período de seca, a apicultura vem transformando a vida de milhares de
famílias do semiárido brasileiro. Com o avanço da atividade, a qualidade de
vida dos produtores melhorou e foi possível gerar inúmeros postos de trabalho e
emprego no meio rural. Para marcar o Dia do apicultor, comemorado neste 22 de
maio, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf) destaca os resultados do apoio aos produtores atendidos em sua área
de atuação.
Com recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional do
Ministério da Integração Nacional (SDR/MI), a Companhia investiu de 2012 a
2015, mais de R$ 43,5 milhões em ações voltadas para o fortalecimento e
desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva. Os recursos fazem parte do
eixo de inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria, do governo
federal. A implantação de kits de produção e beneficiamento de produtos
apícolas do Plano Brasil sem Miséria proporcionou melhores condições de
trabalho e maior qualidade no sistema de produção e beneficiamento do mel
coletado pelos produtores. Os kits são compostos por colmeias, suportes,
indumentárias, fumigadores, equipamentos para coleta, beneficiamento e envaze,
entre outros itens.
Na região do Médio São Francisco baiano, diversas famílias de
pequenos agricultores dos municípios de Pilão Arcado, Remanso e Campo Alegre de
Lourdes já estão criando abelhas, de forma racional, para extração e
comercialização de mel. Os apicultores da Cooperativa dos Apicultores de Campo
Alegre de Lourdes (Coapical) foram beneficiados com ações da Codevasf e
comemoram o incremento da atividade.
“A apicultura é a atividade que mais tem dado suporte ao
agricultor familiar na região. Tivemos um período crítico, com poucas chuvas,
mas, voltando o inverno regular, a gente tem potencial para produzir. A
Codevasf tem dado um apoio muito bom com a distribuição dos kits de produção. A
gente já tem notado um retorno para os produtores de baixa renda”, conta
Gledson Lacerda, tesoureiro da entidade.
O apoio da Codevasf possibilitou melhores condições de trabalho
a cerca de 629 apicultores, sendo 257 no município de Campo Alegre de Lourdes,
181 em Pilão Arcado e 191 em Remanso. Pequenos agricultores, que antes
praticavam só a agricultura de subsistência, começaram a se interessar pela
apicultura e puderam melhorar a renda familiar.
“Nós tivemos muitos resultados positivos como a inclusão dessas
famílias na cadeia produtiva da apicultura. A nova atividade está cumprindo com
o papel de retirar essas pessoas da linha de pobreza extrema e colocá-las numa
situação mais adequada”, afirma Everaldo Cavalcante, coordenador dos trabalhos
na 6ª Superintendência regional da Codevasf, em Juazeiro.
Na aquisição de aproximadamente 4,8 mil equipamentos, a
Companhia investiu cerca de R$ 20,6 milhões, atendendo a 151 municípios nos
estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará e
Maranhão.
Unidades de Extração de Produtos da Abelha: Outra frente de trabalho da Codevasf que possibilitou
melhorias no processo de extração de produtos da abelha é a instalação de
Unidades de Extração de Produtos da Abelha (UEPAs). As unidades melhoram a
qualidade dos produtos apícolas, além de atender às especificações exigidas
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pela
Vigilância Sanitária.
As unidades também garantem aos apicultores a aplicação das boas
práticas apícolas, de forma a assegurar a qualidade do produto, além de estar
em conformidade com as demais leis e regulamentos aplicáveis ao setor. O
diretor-presidente da Associação de Apicultores de Campo Maior (APICAM),
Sebastião Costa Melo, conta que a produção melhorou bastante após a construção
da unidade de extração de produtos da abelha (UEPA). Hoje, a entidade conta com
88 apicultores dos municípios de Campo Maior, Juazeiro do Piauí e Sigefredo
Pacheco, que recebem o apoio da Codevasf.
“A Codevasf construiu duas casas de mel, uma na comunidade Bom
Lugar e outra em Brejo da Onça, aqui na região, e também entregou pra gente o
entreposto de mel, que é onde realizamos nossas atividades. Eu acredito que não
existe atividade mais promissora do que a apicultura. Pra você ter uma ideia,
todos os nossos produtores também plantam caju, criam cabra e outros animais,
mas, quando morre algum animal, ele para de criar. Já a produção de mel, quando
um enxame vai embora no período seco, a gente limpa a colmeia e captura outro.
A atividade não morre facilmente, ela se reinicia a cada ciclo, e, na minha
opinião, a apicultura só tende a crescer aqui na região graças ao apoio da
Codevasf” relata.
A apicultura está presente em quase todos os municípios do
Piauí, especialmente na região do semiárido, e contribui de forma significativa
para o desenvolvimento e geração de renda de grande parte dos pequenos
produtores. De 2012 a 2015, foram investidos no estado R$ 9 milhões. (Via: Ascom)
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