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terça-feira, 17 de maio de 2016

Cunha agora quer que plenário revogue afastamento determinado pelo Supremo


Afastado do mandato e da presidência da Câmara há 12 dias, Eduardo Cunha revela-se capaz de tudo, menos de matar o tempo. Ele acorda cedo, veste o terno, espeta broche de deputado na lapela, e utiliza a estrutura da residência oficial da Câmara para articular o seu retorno. A mais recente obsessão de Cunha é submeter a decisão do STF, que o afastou por tempo indeterminado, ao crivo do plenário da Câmara.

Em privado, Cunha afirma que os ministros do STF exorbitaram. Não poderiam ter afastado o presidente de outro Poder. Ele faz uma analogia com o caso de Delcídio Amaral, que teve o mandato de senador cassado na semana passada. Pilhado numa gravação tentando comprar o silêncio do delator da Lava Jato Nestor Cerveró, Delcídio foi preso por ordem do Supremo. Mas a decisão do tribunal teve de ser referendada pelo plenário do Senado.

Por orientação de Cunha, três partidos alistados nos pelotões de sua milícia congressual —PSC, PP e SD — protocolaram no STF, nesta segunda-feira (16), uma ação escorada na tese segundo a qual medidas judiciais que afetem o exercício do mandato de um parlamentar devem ser submetidas à deliberação da respectiva Casa legislativa. Deseja-se obter do Supremo a anuência para levar o caso de Cunha ao plenário da Câmara.

Dias atrás, um deputado sugeriu a Cunha que renunciasse à presidência da Câmara em troca de um acordo para salvar o seu mandato. Com isso, liberaria os deputado para escolher um novo presidente, livrando-se da interinidade precária de Waldir Maranhão (PP-MA).

Cunha respondeu que tinha uma solução mais simples para interromper a presidência temporária de Maranhão. Bastaria que o plenário da Câmara revogasse o afastamento determinado pelo STF, devolvendo-lhe a cadeira de presidente.

Quer dizer: mesmo depois de abalroado pela decisão do Supremo, Eduardo Cunha continua sendo o mesmo Eduardo Cunha de sempre. Com mais tempo livre, o personagem promete comparecer nesta quinta-feira ao Conselho de Ética da Câmara, onde corre o processo que pede a cassação do seu mandato. (Via: Josias de Souza)

Blog: O Povo com a Notícia