“Quando
se toma alguma coisa de alguém, que não tem vergonha na cara, e depois se
arrepende e quer devolver essa coisa, a esse alguém, ele recebe de volta. Mas
tomaram o partido, em Petrolina, de alguém que tem vergonha na cara, e, se
agora, por qualquer motivo, se arrepender e quiser devolver, esse alguém, que
tem vergonha na cara, não quer mais o partido”.
A explanação é do deputado
federal Gonzaga Patriota. Ele perdeu, recentemente, o controle do PSB de
Petrolina para o deputado estadual Miguel Coelho, pré-candidato a prefeito,
cujo irmão, Fernando Filho, acaba de assumir o Ministério de Minas e Energia,
contrariando posição do governador Paulo Câmara. Depois disso, começou-se a
especular que o comando da sigla, por lá, poderia acabar retirado do grupo do
senador Fernando Bezerra Coelho. Indagado, Gonzaga é enfático: “Pode me dar de
graça”. “Em 2012, eu seria o candidato.
Eduardo Campos, que tinha idade de ser
meu filho, me pegou pelo bigode e disse: `Você não é candidato. E eu ganhava a
eleição. Ninguém tomava de mim”, recorda Gonzaga. Ouviu ainda de Campos: “Isso
não é nada. Você vai ter que apoiar Fernando Bezerra Coelho”. Tudo que devolvi
foi: “Sim, senhor!”. O detalhe é que, desde 1982, Gonzaga era brigado com
Fernando. Seguiu o combinado, mas Fernando Bezerra Filho acabou perdendo a
eleição.
Gonzaga assegura que não concorrerá a prefeito este ano.
Não esquece jamais: Gonzaga Patriota “obedeceu”, como ele define, Eduardo Campos.
Apoiou Fernandinho e passou a pertencer ao grupo de Fernando Bezerra. Sobre a
perda recente do comando da sigla, observa: “Não era para terem feito isso
comigo”. Dá razões: “Na eleição de 1998, quando Arraes perdeu por um milhão de
votos, o candidato à vice dele era Fernando. No outro dia, Fernando pulou do
PSB e foi para o PPS. Deixou Arraes arrasado e o partido, em Petrolina, pior”.
Só lembrando: “Foi Sr. Gonzaga, que já tem nove mandatos e que nunca teve uma
secretaria, nunca teve nada na vida e nem quer, foi que levantou o partido e,
dois anos depois, se candidatou a prefeito contra o próprio vice de Arraes,
Fernando Bezerra”.
Gravado 1: Ainda segundo Gonzaga, em 2004, “quatro anos depois, tirei 36
mil votos, perdi a eleição no dia, para Fernando Bezerra, porque era prefeito,
tinha a máquina na mão”.
Gravado 2: “Em 2008, depois de ganhar convenção para Fernando Bezerra, eles
(grupo de Fernando) indicaram um vice fantasma para mim e apoiaram Julio
Lóssio. Eu fiquei só, eu e Deus”.
Gravado 3: Em 2014, Gonzaga votou em FBC para senador. Mas, para prefeito
de Petrolina, seu candidato, agora, seria Lucas Ramos. A despeito disso, não
acredita que o PSB intervirá por lá mais. (Via: Coluna Folha)
Blog: O Povo com a Notícia