Cercada
por dezenas de ex-ministros, parlamentares e servidores do Palácio do Planalto,
a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) fez um pronunciamento à imprensa e
classificou o processo contra ela de "impeachment fraudulento". Dilma
Rousseff admitiu que pode ter cometido erros, mas enfatizou que não cometeu
crimes e que está sofrendo injustiça, a "maior das brutalidades que pode
ser cometida".
"Não cometi crime de responsabilidade. Não tenho contas no exterior,
jamais compactuei com a corrupção. Esse processo é frágil, juridicamente
inconsistente, injusto, desencadeado contra pessoa honesta e inocente. A maior
das brutalidades que pode ser cometida por qualquer ser humano: puni-lo por um
crime que não cometeu", disse.
"O que está em jogo não é apenas o meu
mandato. É o respeito às urnas. À vontade soberana ao povo brasileiro e à
Constituição. São as conquistas dos últimos 13 anos. O que está em jogo é a
proteção às crianças, jovens chegando às universidades e escolas técnicas. O
que está em jogo é o futuro do país, esperança de avançar cada vez mais. Quero
mais uma vez esclarecer fatos e denunciar riscos para país de um impeachment
fraudulento. Um verdadeiro golpe", declarou.
No pronunciamento, Dilma estava acompanhada de seus ex-ministros e
parlamentares aliados, como a ex-ministra Eleonora Menicucci (das Mulheres),
Kátia Abreu (da Agricultura) e Giles Azevedo (assessor especial). Dilma deu a
declaração no Salão Leste do Palácio do Planalto que estava lotado de
servidores que vieram dar apoio à presidenta afastada. Eles entoaram palavras
de ordem: “É golpe”, “Golpistas, fascistas não passarão”, “Dilma, guerreira, da
pátria brasileira”.
Dilma foi intimada no Palácio do Planalto pelo primeiro-secretário da Mesa
Diretora do Senado, senador Vicentinho Alves (PR-TO) de seu afastamento do
cargo após a proclamação do resultado da votação da admissibilidade do seu
processo de impeachment na manhã desta quinta-feira (12).
O Senado aprovou, por 55 votos a favor e 22 contra, a admissibilidade do
processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, o processo será
aberto no Senado e Dilma é afastada do cargo por até 180 dias. Os senadores
votaram no painel eletrônico. Não houve abstenções. Estavam presentes 78
parlamentares, mas 77 votaram, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros, se
absteve. (Via: Agência Brasil)
Blog: O Povo com a Notícia