O Senado Federal aprovou, na
madrugada desta quinta-feira (12), a abertura do processo de impeachment contra
a presidente Dilma Rousseff (PT) por considerar que há indícios de crime de
responsabilidade fiscal.
Foram
55 votos a favor, 22 contra. A votação só aconteceu após longo período de
debates e pronunciamento de 70 senadores (dos 81), que se estendeu pela
madrugada. Ela foi iniciada às 10h desta quarta-feira (11).
Assim
que notificada da decisão, Dilma ficará afastada do cargo por 180 dias.
Interinamente, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) assume a presidência do
país até o encerramento do processo.
Dentre
os discursos mais esperados estava do ex-presidente Fernando Collor, que foi
afastado pelo mesmo processo em 1992. Collor fez duras críticas ao governo
Dilma e afirmou que avisou à presidente sobre um possível impeachment.
“Chegamos ao ápice de todas as crises. Chegamos as ruínas de um governo, de um
país. Este é o motivo pelo qual discutimos possíveis crimes de responsabilidade
da presidente. O maior crime de responsabilidade está no desleixo com a
política, na irresponsabilidade com os déficits fiscais, o aparelhamento do
estado, ação ou omissão em relação a decisões da justiça. Seja qual for o
resultado de hoje, precisamos virar esta página”, afirmou.
Quem
também surpreendeu com o discurso foi o senador Roberto Requião. O peemedebista
foi contra o afastamento da presidente e criticou ações do governo Temer. “Me
sinto igualmente frustrado, pois os compromissos de campanha não foram
cumpridos. Ela cumpriu o governo de arroxo do PSDB. Hoje dizem que vão
consertar o governo com remédios, mas quais são os remédios? Os mesmo que do
PMDB, os mesmos que os do PSDB. Para mim, o remédio seria o governo de coalizão
e a discussão entre os partidos políticos. Então, os remédios anticíclicos são
os remédios que deveriam ser aplicados no Brasil, mas toda essa visão liberal
que repousa no Congresso Nacional, no Senado e que estava incrustada no Governo
da República, de uma hora para outra, Senador Anastasia, se transforma no
suporte decisivo do impedimento da Presidente da República”, defendeu.
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