Novo epicentro mundial da Covid-19, o cenário da pandemia no Brasil desperta preocupação em todo o planeta, sobretudo com a variante P.1, descoberta inicialmente no Amazonas.
Em opinião assinada por seu
conselho editoral e publicada nesta
sexta-feira (5), o jornal americano Washington Post, um dos
principais do país, afirmou que a variante brasileira é "uma ameaça
para o mundo inteiro".
"O Brasil está cambaleando com a pandemia do coronavírus
e sua agonia deveria ser um alerta para o mundo. Quando o vírus está se
espalhando sem controle e sofrendo mutação como no Brasil, ele representa um
perigo potencial em todos os lugares", diz o texto.
Esta semana, o Brasil bateu
seguidamente seu próprio recorde de mortes por coronavírus duas vezes. Na
quarta-feira (3), segundo dados do Ministério da Saúde, o País confirmou 1.910
óbitos em apenas 24 horas.
No editoral, o Washington Post ainda elenca a situação
caótica do País: o sistema de saúde de quase todos os estados próximo ao
colapso e a negação do presidente Jair Bolsonaro que encara a pandemia como uma
"gripezinha" e recomenda "remédios inúteis como a
hidroxicloroquina".
"O país foi consumido por divisões internas e parece
incapaz de sair do abismo; sua campanha de vacinação está sofrendo com a escassez
e atrasos", continua o editorial.
O jornal ainda compara a atuação de Bolsonaro (sem partido)
com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
"[Bolsonaro] deu ao vírus uma abertura para se espalhar,
especialmente a partir de reuniões em massa durante as eleições de novembro, em
seguida, os feriados e, finalmente, as celebrações do Carnaval",
acrescenta o Washigton Post.
Por fim, lembrando a citação do epidemiologista brasileiro
Miguel Nicolelis de que se o Brasil não controlar o vírus, se transformaria no
maior laboratório aberto do mundo para o vírus sofrer mutação, o Washington
Post disse que "o que acontece no Brasil não fica no Brasil" e
"isso é um problema para todos". (Via: Folha PE)
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