Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal deflagrada na manhã desta terça-feira (7) busca desmantelar uma quadrilha que "clonava" perfis de WhatsApp de ministros de Lula para pedir pagamentos via Pix. A Operação Alto Escalão está cumprindo mandados em Pernambuco e na Paraíba.
Os criminosos entravam em contato via WhatsApp com diretores e chefes de órgãos públicos e privados, usando o nome e foto dos ministros. Eles diziam que não poderiam transferir o dinheiro diretamente para os favorecidos pois não poderiam vincular seu some a tal pessoa, e prometiam ressarcimento posterior.
De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, a ação visa desarticular associação criminosa voltada à prática do crime de estelionato.
Em Pernambuco, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades do Recife e Jaboatão dos Guararapes, expedidos pela Justiça do Distrito Federal.
50 policiais civis do estado foram empregados na ação, entre delegados, agentes e escrivães, com apoio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
Como funcionava o golpe
De acordo com o Metrópoles, em um dos casos, a quadrilha se passou por um ministro e contatou o presidente de uma associação comercial do interior de São Paulo, dizendo que uma pessoa ligada a ele faleceu numa cidade vizinha e precisava repassar recursos para a família. Os criminosos pediram para que alguém da associação fizesse o pagamento, prometendo a devolução do valor.
Chamou a atenção dos investigadores o fato de os estelionatários terem conhecimento das agendas das autoridades, visto que o ministro usado no golpe teria participado de um encontro naquela região dias atrás. A quadrilha utilizava essas informações para passar confiança e aumentar a credibilidade dos golpes.
Segundo o Metrópoles, os criminosos se passavam, entre outras pessoas, pelos ministros:
Juscelino Filho (Comunicações)
Camilo Santana (Educação)
Renan Filho (Transportes)
Rui Costa (Casa Civil)
Luiz Marinho (Trabalho)
Carlos Lupi (Previdência Social)
Os fatos passaram a ser apurados pela Polícia Civil após alguns dos ministros procurarem a delegacia para comunicar a prática de crimes usando os nomes deles.
A investigação teve início há seis meses, com auxílio das Polícias Civis de Pernambuco e Paraíba, além de informações de gabinetes de alguns ministros.
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