As câmeras de segurança da casa do delegado da Polícia Civil, Erik Wermelinger Busetti, mostram os exatos momentos em que ele matou a própria esposa e a enteada. O homem cometeu o crime contra a escrivã Maritza Guimarães de Souza, 41 anos, e a filha da mulher, Ana Carolina de Souza Holtz, 16. As vítimas foram mortas a tiros em 4 de março de 2020, em Curitiba.
O caso aconteceu na residência onde a própria família morava, localizada na Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, no bairro de Atuba, em Curitiba, capital paranaense. O local contava com diversas câmeras instaladas ao redor da casa, e todas elas registraram o antes e depois do assassinato.
As filmagens mostram que uma discussão do casal começou por volta das 21h, os dois 'batem boca' até 00h, quando a mulher pega a bolsa e desce da escada, dando a entender que sairia da casa. Em um determinado momento, num quarto da casa, está uma filha do casal, de 9 anos, que estava dormindo. No outro, Ana, enteada do delegado, aparece usando o computador. Erik chega, bate na porta do quarto da menina de 16 anos, que é agredida com socos, chutes e tapas.
Quando ouve gritos da sua filha, Maritza volta para a casa para averiguar o que está acontecendo e tenta defender a jovem das agressões. Outra câmera mostra quando o delegado dispara várias vezes contra as duas, que morreram abraçadas no chão da casa.
O delegado está preso, ele foi detido em flagrante ao admitir que cometeu o crime para dois policiais militares. Ao ser interrogado, Erik ficou em silêncio. O homem está detido no Complexo Médico-Penal, na cidade de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Instagram e Facebook.
Veja vídeo:
O delegado foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por duplo feminicídio. As promotoras apontam que Ana Carolina e Maritza não puderam se defender.
No caso do assassinato de Maritza, também incide a qualificadora de motivo torpe porque, segundo a acusação, ele não aceitava os termos do fim da relação.
O casal estava junto havia, aproximadamente, dez anos, e estava em processo de separação, pelo menos, um ano antes do crime, conforme o relato de testemunhas e familiares.
Dias antes de ser denunciado pelo Ministério Público, Busetti foi indiciado pela Polícia Civil por duplo feminicídio com incidência de aumento de pena por ter cometido o crime próximo da filha de nove anos.
A menina estava no quarto dormindo, mas, de acordo com a delegada responsável pelas investigações, estava muito próxima e acordou com os disparos.
A criança não ficou ferida e foi levada para a casa de um vizinho pelo acusado após o ocorrido.
A Justiça determinou que ele vá a júri popular, previsto para ocorrer no dia 15 de maio de 2024.
O delegado estava lotado na Delegacia do Adolescente e, até janeiro de 2019, estava à frente do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).
Maritza trabalhava como escrivã na Divisão de Planejamento Operacional da Polícia Civil. (Via: G1)