Num
instante em que Dilma Rousseff redescobre a importância do equilíbrio fiscal e
o vice-presidente Michel Temer faz um apelo dramático para que o
Congresso tenha “responsabilidade”, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro
Daiello Coimbra, trafega na contramão do governo. Em telefonemas a deputados de
partidos governistas e de oposição, o delegado Daiello pede a aprovação da
proposta que vincula os salários de advogados da União, procuradores estaduais
e de delegados de polícia a 90,25% dos contracheques dos ministros do STF.
Para, Dilma, Temer e o ministro Joaquim Levy (Fazenda), esse projeto é uma
“bomba fiscal”.
Além do diretor-geral da PF, penduraram-se ao telefone os
superintendentes estaduais da corporação. Eles ligam para os parlamentares dos
seus respectivos Estados para cabalar votos em favor da proposta que Dilma e o
governo dela abominam. Assediado pelos federais, um deputado brincou com os
seus interlocutores de ocasião. Disse que, em tempos de Lava Jato, uma ligação
da Polícia Federal pode resultar em infarto.
Os federais não são os únicos a se mexer. Pressionam os
deputados também os advogados da União e os procuradores dos Estados. Além dos
telefonemas, as corporações entopem as caixas de e-mail dos parlamentares e
realizam abordagens nos corredores do Congresso. De resto, organizam-se para
lotar as galerias da Câmara. O cerco corporativo surte mais efeito do que os
apelos de Dilma, Temer e Levy. (Via: Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia