Igrejas ditas evangélicas tomaram de assalto a televisão e infernizam as madrugadas do telespectador com verdadeiros festivais de milagres. Elas anunciam desde a cura do câncer, passando pela aids e chegando ao Eden da riqueza. Tudo depende das ofertas, dos dízimos, das gorjetas, do é dando que se recebe praticado pelos incautos, chamados fiéis.
Agora, como se não bastasse, os pastores brigam entre si. Na Record do bispo Macedo um bispo buchudo inventa toda madrugada um óleo diferente para atrair as multidões carentes de milagres. E basta aceitar o óleo, a fita, a argolinha, o lenço perfumado ou a imposição de mãos para o sujeito sair de lá rico, com casa na praia, vários carros na garagem e um emprego porrêta. Na Band,, um pastor careca, egresso da Universal, arranca tumores, cura leprosos, levanta aidéticos e ainda chama de palhaços os concorrentes do outro canal. Este último faz parte da igreja do "apóstolo" Valdomiro, aquele de voz espremida que, de tão milagreiro, faz oferta do suor de inhaca para os fiéis passarem nas feridas pustulentas.
Não se vê uma mensagem bíblica, uma passagem da vida de Jesus, um conselho de Paulo aos gentios, só comerciais, o "eu sou tampa", "aqui não tem tempo ruim", "quer enricar, faça sua oferta" e assim por diante. E as igrejas crescem, aumentam, ficam lotadas, com todo mundo pensando em se arrumar, melhorar de vida, curar uma doença feia, sem se preocupar com salvação de alma ou com a morte.
Os mercadores da fé, por seu turno, enchem as burras de dinheiro. O casal da Renascer, preso em flagrante ao tentar entrar nos Estados Unidos com dinheiro não declarado, faz seus sermões pelos telões da internet e agora aumentou o valor das ofertas para construir um novo templo no lugar do que desmoronou. Vai sobrar para os "fiéis" que, idiotas, são facilmente manobrados por esses vadios, mentirosos, salafrários, gatunos, agiotas do céu, irresponsáveis, representantes do capeta e filhos de mães desnaturadas.
Nunca Jesus foi tão banalizado e usado de forma desonesta como está sendo agora. Se o amigo prestar atenção, usam Jesus para tudo, menos para conquistar pessoas para o seu reino. Jesus virou moeda, negócio, transação, mina de ouro, premio de loteria, conta bancária, meio de vida. Os espertalhões crescem, aparecem e mostram-se insaciáveis. Uma tv que só pega no Espírito Santo, pertencente a Ratinho, recebe 600 mil por mês do bispo RR Soares para transmitir seus cultos. Imaginem quanto não custa aquele programa em horário nobre das oito apresentado pelo mesmo bispo na Bandeirantes.
Enquanto isso, as outras igrejas, aquelas que não usam a Bíblia em proveito de uma meia dúzia de salafrários, penam, sofrem e gemem, sobrevivendo com dificuldades, vítimas de sua honestidade. Na sua platéia, pouca gente vai, porque nela não se encontram as promessas mirabolantes que são feitas pelos estelionatários da Bíblia. Mas não se enganem. Nessas humildes bibocas, de frequência mínima e de sacrifícios, é onde você poderá buscar o lenitivo para suas angústias e ter um encontro verdadeiro com Deus.
Blog: O povo com a Notícia
Fonte: Tião Lucena/Blog Pajeú da Gente