A audiência pública convocada pela oposição na Assembleia Legislativa
para debater a crise no sistema prisional do Estado, se nada tivesse de
produtivo, ao menos serviu para constatar que o secretário de Justiça e Direito
Humanos, Pedro Eurico, continua sem qualquer filtro nas suas declarações, e que
o desmantelo na área é crônico e sem perspectiva de melhora a curto prazo.
Ao dizer que fornece o seu número de celular aos presos, ratificando que
os aparelhos transitam tranquilamente nos presídios, Pedro Eurico admite a
completa incapacidade do Estado em controlar o sistema prisional. Prova que os
presos realmente estão acima da lei.
O secretário tentou remendar o que já está esgarçado. Disse que era uma
questão de direitos humanos. Que bom. Corria o risco de a gente pensar que os
celulares fossem usados pra combinar fugas, tratar de tráfico e falar com os
parentes. Felizmente é só questão de direitos humanos.
Mas o secretário fez outra tentativa de compensar. Afirmou que foram
apreendidos mais de quatro mil celulares nas unidades. Mas, pensando bem, qual
o detento que não gostaria ter um celular para ter uma linha direta com o
secretário? Ouvidoria? isso é coisa do passado. Muito melhor linha direta com
quem manda.
Diante da declaração do secretário Pedro Eurico, fica fácil perceber
porque os presos fazem e acontecem nos presídios do Recife. Estão sem limites.
Apostam na desordem, que, hoje, soubemos que é consentida pelo Estado. (Via: Blog da Folha)
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