Na tarde desta quarta-feira (28),
durante o enterro de mais um Policial Civil de Pernambuco vítima da violência,
o terceiro em menos de um mês, tomamos conhecimento que o então secretário de
defesa social, Ângelo Gioia, estava oficialmente se afastando do cargo que
ocupava. Ângelo já vai tarde, mas a crise que abateu a segurança pública de
Pernambuco não se extinguirá se as mesmas práticas executadas por ele e os
últimos secretários à frente da SDS forem mantidas.
Não há segredo: o único caminho para que o Estado retome o controle da
situação é investir maciçamente em efetivo policial - oferecendo condições
mínimas de trabalho e equipamentos adequados para que os policiais desempenhem
seus papéis. É exatamente o que temos dito nos últimos três anos, pois
conhecemos essa estrutura por dentro. Atualmente, inclusive, estamos produzindo
o segundo dossiê sobre a realidade da Polícia Civil de Pernambuco, apresentando
a precariedade com que funciona a Polícia que investiga os crimes aqui
cometidos. Contudo, até agora o governo de Pernambuco tem se preocupado mais um
punir quem denuncia as falhas do que em resolvê-las.
Com a mesma postura adotada diante das indicações dos últimos secretários
de defesa social do estado, a exemplo do próprio Gioia, o Sindicato dos
Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE) torce para que o também delegado da
polícia federal que assume o comando da SDS, Antônio de Pádua, tenha êxito em
seu novo desafio. Colocamos-nos mais uma vez como parceiros, ávidos por
contribuir para o fim da onda de criminalidade que tem assustado e tirado a
vida de milhares de cidadãos pernambucanos, inclusive de policiais.
Blog: O Povo com a Notícia