O presidente Michel Temer acenou
com a criação de um novo mecanismo de financiamento para
as centrais sindicais. Essa medida deve substituir a contribuição sindical,
que será extinta na reforma
trabalhista – texto ficará pronto para ser votado no
plenário do Senado na semana que vem.
Esse aceno pesou na decisão de importantes centrais sindicais,
como Força Sindical e UGT, que desembarcaram da convocação de greve geral feita
pela CUT e movimentos sociais, como frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular.
“O governo abriu negociação e muitos
dos pontos criticados na reforma serão reformulados por medida provisória. A
reforma da Previdência está praticamente enterrada”, disse Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.
Entre as medidas propostas, segundo
ele, está um novo mecanismo de financiamento baseado na representatividade
sindical. “É um modelo que privilegia a representatividade e não o sindicalismo
arcaico.”
As centrais sindicais estão em
desacordo sobre a mobilização desta sexta-feira desde a semana passada. Tanto
que desistiram de chamar a mobilização de greve geral, passando a se referir ao
evento como dia de greve e protestos.
“Os outros sindicatos nunca quiseram
greve. Quem quer fazer revolução é a CUT”, afirma um dirigente sindical que
pediu para não ser identificado.
Segundo Paulinho, os sindicatos do
setor de transporte ligados à Força e UGT já tinham decidido há mais de uma
semana que não iriam aderir à greve. “Mais um dia de greve iria penalizar o
trabalhador, que é quem mais depende de transporte público.”
Alex Fernandes, coordenador geral
do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, diz saber que algumas centrais
começaram a negociar com o governo. “Tem sim discussão de algumas centrais
sindicais que querem fazer acordo com o governo. Isso impediu que as categorias
aderissem à greve.”
Procurado, a reportagem não conseguiu
falar com o presidente da CUT, Vagner Freitas, para discutir o esvaziamento da
greve.
Greve
de 30/06 vira dia de protestos
O sindicato dos metroviários de
São Paulo desistiu de aderir à greve desta sexta-feira em assembleia realizada
na noite desta quinta. O recuo foi motivado pela falta de apoio de outros
sindicatos do setor de transporte, como motoristas de ônibus e ferroviários.
“As greves não aconteceram e os
metroviários não pararam porque não sentiram segurança nas centrais”, diz Alex
Fernandes, coordenador geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Ele diz que a categoria vai
avaliar melhor amanhã o que aconteceu, já que um indicativo de greve foi votado
na semana passada.
Uma parte dos ferroviários, que
operam as linhas 7 e 10 da CPTM, também realizou assembleia hoje à noite e
decidiu não aderir à greve.
Das grandes categorias, apenas o
sindicato dos bancários de São Paulo e Osasco manteve adesão à paralisação.
Mesmo que as agências fiquem fechadas, a população ainda pode realizar
transações bancárias nos caixas eletrônicos, por telefone e internet.
Apesar da greve ficar esvaziada
em São Paulo, a CUT e movimentos sociais mantiveram o protesto marcado para as
16h em frente ao Masp, na avenida Paulista, centro da cidade.
Levantamento realizado pela CUT
indica greve em outros Estados, além de protestos em diversas capitais do país. (Via: Veja)
Blog: O Povo com a Notícia