O presidente Michel Temer fará
nesta terça-feira (27) um pronunciamento sobre a denúncia contra ele que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta segunda (26) ao
Supremo Tribunal Federal.
O presidente ainda não comentou publicamente a denúncia, que o acusa de
ter praticado crime de corrupção. É a primeira vez na história do Brasil que um
presidente da República é denunciado ao STF por corrupção durante o exercício
do mandato.
Na noite desta segunda, o presidente se reuniu com aliados e
ministros no Palácio do Planalto, de onde somente saiu pouco depois das 23h.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "com vontade
livre e consciente", Temer "recebeu para si, em razão de sua
função", por intermédio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, atualmente
preso, R$ 500 mil oferecidos pelo grupo J&F, ao qual pertence o frigorífico
JBS, do empresário Joesley Batista.
Além disso, de acordo com a acusação, Michel Temer e Rocha Loures
aceitaram ainda a promessa de vantagem indevida no montante de R$ 38 milhões
para atuação em defesa dos interesses da empresa.
O Ministério Público Federal reconstituiu todos os fatos, do encontro
entre Joesley Batista e Temer no Palácio do Jaburu até a entrega de uma mala
com R$ 500 mil a Rocha Loures em São Paulo.
O encontro entre o empresário e o presidente foi marcado por Loures,
ex-assessor de Temer.
Na conversa com Joesley Batista, Loures informa: "Ele prefere te
atender à noite no [Palácio do] Jaburu [residência oficial], mais tarde, sei
lá, a partir das 10 da noite, 11 horas".
Segundo o procurador-geral da República, foi nesse encontro no Jaburu que
Joesley Batista e Temer iniciaram tratativas delituosas. E, segundo a denúncia,
"ficou evidente a intenção do denunciado Michel Temer em escamotear o
encontro".
Na denúncia, Janot afirma que os assuntos tratados por Joesley com Temer
envolviam a prática de crimes. E que na conversa no Jaburu Joesley relatou a
temer que pagava vantagem indevido ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso
em Curitiba, e corrompia um juiz e um procurador da República.
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